A vacinação das forças de segurança foi anunciada pelo governo para os profissionais que durante este ano de pandemia estiveram atuando na linha de frente, em atividade essencial, e uma forma de homenagem. De acordo com um levantamento da Secretaria Estadual de Segurança Pública, 15 profissionais das forças de segurança perderam suas vidas na luta contra a Covid-19 e quase 2 mil tiveram que ser afastados por terem se contaminado pelo novo coronavírus.
A vacinação contra a pandemia deve iniciar nesta quarta-feira, 7, e já promete começar com polêmica. É que na lista enviada pelo Instituto de Administração Penitenciária do Acre (IAPEN) consta o nome do atual Secretário de Zeladoria da Cidade de Rio Branco, Joabe Lira de Queiroz, que desde o mês de janeiro está afastado da linha de frente do órgão responsável pelos presídios acreanos.
Enquanto isso, servidores administrativos do Iapen, que afirmam estarem na linha de frente junto aos policiais penais ficaram de foram, o que motivou a publicação de uma nota do sindicato da categoria.
Em contato com o ac24horas, Joabe Lira afirmou que não tinha conhecimento que seu nome constava na lista e garantiu que não vai se vacinar agora. “Eu não tinha conhecimento que meu nome estaria nesta lista. Não pedi para colocarem meu nome e como estou afastado, só irei me vacinar quando chegar na minha faixa etária”, diz.
NOTA DE REPÚDIO SINDSAI
O Sindicato dos Servidores Administrativos do Instituto de Administração Penitenciária do estado do Acre vem a público repudiar a exclusão dos servidores “não policiais Penais”, da lista de servidores da Segurança Pública que serão vacinados contra o covid-19.
Consideramos o ato como uma desvalorização das vidas destes profissionais que também fazem parte da segurança pública e não pararam suas atividades, e estão ali, lado a lado com os policiais penais, nas frentes de trabalho arriscando suas vidas todos os dias assim como os policiais penais.
O Instituto de Administração Penitenciária faz parte da segurança Pública do estado do Acre, todos os servidores sem exceção, fazem parte do mesmo regime.
O critério adequado para essa seleção deve ser o fato do profissional estar na linha de frente do enfrentamento a covid-19 e não a nomenclatura do seu cargo.
Portanto, excluir os servidores administrativos que estão no combate, na linha de frente e que fazem parte do mesmo sistema é no mínimo um absurdo equívoco que deve ser imediatamente corrigido pelas autoridades responsáveis. Ainda mais quando na lista de convocação amplamente divulgada para a vacina consta nomes de policiais penais que se encontram presos, policiais penais cedidos para outros órgãos e policiais que estão fora de suas atividades fins.
Dentro do sistema penitenciário tem sido frequente a exclusão dos servidores técnicos e administrativos quando se trata de receber os bônus. Somos incluídos apenas no ônus, mas na hora do bônus somos excluídos.
Nosso trabalho dentro do sistema penitenciário é essencial para o trabalho dos policiais penais e vice-versa. A exclusão também desta representante classista nas negociações e tratativas sobre o assunto é um ato doloso contra a democracia.
Cátia Nascimento – Presidente do Sindsai – Rio Branco/Ac, 06/04/2021.
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