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Instituto confirma diagnóstico de febre amarela em macacos que morreram no Acre

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As mortes de macacos da espécie guariba ou capelão, aparentemente com falta de ar, em uma localidade da zona rural do município de Plácido de Castro, já podem ser consideradas como esclarecidas, segundo informou nesta quinta-feira (1º) ao ac24horas a médica veterinária Seleucia Nóbrega, do Núcleo de Zoonoses da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre).


De acordo com o Relatório Parcial de Investigação enviado pelo Instituto Evandro Chagas ao Laboratório Central de Saúde Pública do Acre (Lacen), que foi quem enviou a Belém o material biológico coletado pelo Núcleo de Zoonoses, foi detectado que os primatas não-humanos estavam acometidos de febre amarela, como previa a hipótese diagnóstica inicial.

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Seleucia Nóbrega foi a responsável pela necropsia dos animais, junto com o médico veterinário Everton Arruda, do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (IDAF), procedimento feito no Centro de Controle de Zoonoses de Rio Branco. Ela liderou uma equipe que foi ao local onde os macacos foram vistos agonizando por um morador da região, que fez vídeos do fato.


Amplamente divulgados nas redes sociais, os vídeos repercutiram além do Acre e causaram especulações de que os animais estivessem contaminados com o novo coronavírus. O fato despertou entre especialistas e entidades ambientais o temor de que as informações causassem pânico na população e até mesmo que os animais pudessem ser perseguidos por conta disso.


Uma nota assinada pela Sociedade Brasileira de Mastozoologia, junto com a Universidade Federal do Acre (Ufac), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e pelo Institute for Zoo, advertiu que não havia evidências de que o caso relatado no Acre se relacionasse com a Covid-19 e ainda ressaltou que que a febre amarela é endêmica da região e o vírus está em período de maior circulação.


O material coletado na necropsia foi encaminhado ao Laboratório Central de Saúde Pública do Acre (Lacen), que fez o envio ao Instituto Evandro Chagas, em Belém do Pará, que é a referência para exames de vários agravos para a região Norte. Desde quando os animais foram recolhidos do local do incidente, o Núcleo de Zoonoses trabalha com a hipótese diagnóstica de febre amarela.


O próximo passo a respeito do assunto, de acordo com Seleucia Nóbrega, é a divulgação de uma Nota Técnica, pelo Ministério da Saúde, fazendo maiores esclarecimentos sobre o caso e detalhando que medidas adicionais deverão ser tomadas pelas autoridades sanitárias locais com relação a qualquer possível risco para os moradores da região.


Os animais foram localizados pelo produtor rural Ruan Vítor Barroso de Melo, de 30 anos, que andava pela mata, na zona rural do município de Plácido de Castro, quando se deparou com um grupo de macacos passando mal, ofegantes e caindo de cima de uma árvore. Ele e a família se isolaram após o episódio, mas não apresentaram nenhum problema posterior ao contato.


A doença

A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda transmitida por vetores artrópodes e causada por um vírus do gênero Flavivirus, família Flaviviridae, responsável por grande número de mortes entre o século XVIII e o início do século XX, com repetidas epidemias nas regiões tropicais da América do Sul e na África. Como é uma zoonose, é impossível de ser erradicada.


A identificação do Aedes aegypti como transmissor do vírus, em 1900, foi seguida por ações de controle do vetor que resultaram em significativo declínio da doença fora das áreas tropicais endêmicas. A introdução da vacina, em 1937, o intenso combate ao vetor e a imunização em massa na década seguinte levaram à eliminação da doença nas áreas urbanas no Brasil.


Com informações complementares do Manual de Vigilância Epidemiológica de Febre Amarela, do Ministério da Saúde (MS).


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