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Deputados exigem pedido de perdão de Bocalom aos garis agredidos

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Marcos Venicios

A sessão virtual da Assembleia Legislativa do Acre desta terça-feira (16) teve discursos ferozes contra a repressão aos trabalhadores da Zeladoria da Cidade de Rio Branco, reprimidos com gás de pimenta pela tropa de choque da Polícia Militar durante manifestação em busca de receber salários atrasados.


“O que vimos entra na história de Rio Branco: pessoas que cuidam da nossa cidade foram reprimidas com gás de pimenta e empurrões”, disse o deputado Jenilson Leite (PSB). O parlamentar afirmou que quando se é eleito um dos primeiros deveres é respeitar a população e repudiou e exigiu pedido de desculpas de parte do prefeito que mandou a PM e do governador Gladson Cameli, o qual, segundo Leite, autorizou a ação da tropa de choque.


Nenhuma alegação é razoável para justificar o atraso dos salários. Se havia erro na gestão passada também não é justificativa. “Agora, deixar um trabalhador dois meses sem receber. Que falta de compromisso com o trabalhador. O que é isso, prefeito?”, disse Leite.


Sobre os acontecimentos na Zeladoria da Cidade ocorridos nesta segunda-feira (15), o deputado Roberto Duarte (MDB) entende que a prefeitura deve realmente revisar os contratos de limpeza. “Se houver erro a prefeitura deve tomar providências”, disse. “Agora isso não é pano de fundo para meter a ripa, jogar gás de pimenta em trabalhador. Principalmente esses que são essenciais para manutenção da nossa querido Rio Branco”, afirmou Duarte. “Cadê o diálogo? Porque o prefeito não foi dialogar com os trabalhadores. Já temos notícia de que há gente com ordem de prisão decretada porque não pagou a pensão alimentícia devido aos salários atrasados”, disse, removendo o gabinete militar de responsabilidades e reafirmando que a culpa é do “mandante maior do município”.


O emedebista afirmou que contratos superfaturados não justificam a violência. “Se o prefeito não pedir perdão vai levar essa mácula para o resta da vida”, comentou o deputado.


Já deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB) disse que as imagens da ação policial na Zeladoria são “chocantes”. Segundo ele, as imagens dizem: “que covardia”. “O que faziam os trabalhadores? Estavam à frente do local de trabalho pedindo para não continuarem passando fome”, disse Edvaldo.


As margaridas e garis que estavam ali se manifestando são pessoas encontradas todos os dias trabalhando, relatou o comunista. “É gente que chora porque não tem como colocar o pão na mesa. E o que essa gente mereceu? Gás de pimenta”.


Edvaldo lembrou que Bocalom disse ser especialista em cuidar de gente, mas fugiu das alagações e na manifestação dos garis revelou sua alma perversa. “Mandou ´acalmar os ânimos´ com gás, cachorro e cassetete”.


Bocalom não tem capacidade de gerenciamento de crise ou administrativa, completou o deputado. “Pela primeira vez na história de Rio Branco um prefeito antes dos 100 dias de gestão e já se fala em impeachment”.


“Não completou 100 dias e tenho certeza que a Câmara de Vereadores já está tomando providências”, disse Jonas Lima (PT), que pediu reflexão acerca dos governantes eleitos.


O deputado Pedro Longo (PV) alerto que existem soluções técnicas para questões contratuais, como o depósito direto na conta dos trabalhadores. “Isso não tem a ver com ideologia, mas com dignidade humana”, disse.


Gerlen Diniz (PP) considerou a ação da PM “sem motivação”. “Chamo a atenção para a tentativa de imputar responsabilidade ao governador Gladson Cameli. Na ponte de Assis Brasil foram 21 dias de negociação, onde havia risco de perda de milhões de reais em cargas retidas mas o governo conseguiu liberar”, disse, sem atribuir, no caso dos garis, “100% da culpa” a Bocalom. Ele disse que não houve negociação e tudo aconteceu rápido demais no caso da Zeladoria.


Gerlen diz que a PM vai apurar o episódio, mas tem de ter um pedido de desculpas da polícia, prefeitura e garantir o pagamento dos salários imediatamente.


Deputado do PT, Daniel Zen diz que nos governos da Frente Popular havia equipe civil que fazia as negociações antes de quais confrontos. “Fica aqui nosso repúdio a esse tipo de atitude completamente reprovável”, disse o deputado.


Já o deputado Fagner Calegário tentou isentar Bocalom e disse que a responsabilidade tem de recair sobre o secretário da Zeladoria. Segundo ele, as empresas estão recebendo valor menor e ainda querem a forma de pagamento.


Já o deputado Luiz Tchê (PDT) diz que não consegue entender as atitudes desproporcionais e insanas. “Ontem veio à tona a administração municipal que é despreparada e autoritária”, disse o parlamentar do PDT. “Uma cidade complexa não pode ser gerida por aventureiros”, completou. Bocalom ganhou nestes meses com diárias mais que um gari recebe o ano todo, disse Tchê.


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