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Acre aumenta procura por ovos, salsicha, frango e porco após aumento da carne bovina

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Da redação ac24horas

O aumento no valor da carne bovina vem fazendo com que o consumidor acreano mude os hábitos alimentares, dando preferência à carne branca, principalmente a de frango. Sem o auxílio emergencial, as classes C e D passaram a comer mais ovos e até salsicha entrou no cardápio da crise.


No entanto, apesar de medidas mais rígidas neste período de crise da pandemia,  o setor alimentício é o que mais lucra. O comerciante do Mercado Elias Mansour, Antônio Silva, percebeu o aumento do consumo de carne branca quando registrou aumento na venda de peixes, mas afirmou que “o consumidor de carne também busca alternativas por outros tipos de cortes”.


O diretor da Indústria de Frangos Acreaves, Paulo Santoyo, explica que o frango é a segunda opção dos consumidores de todas as classes. Segundo Santoyo, o fato é comum pelo aumento de outras carnes inflacionado.



Ainda de acordo com o empresário, a terceira opção que vem impressionando o setor produtivo é pela bisteca suína. “Aumentou assustadoramente, toda produção tem venda garantida”, acrescentou.


O acreano também está consumindo mais ovos, uma tendência que a nível nacional é registrada desde 2019. O Brasil alcançou a média de 230 ovos consumidos por pessoa em um ano. É maior do que a média registrada há 10 anos atrás. A dona de casa Ana Luiza Maia, disse que passou a comer mais ovos no almoço devido o aumento que ela considera “abusivo” no preço da carne.


Essa mudança de hábito está associada ao preço do ovo. Comparado com as outras proteínas animais como carne ou frango, é a mais barata. E tem reflexo em toda a cadeia de produção. Classes C e D são as que mais procuram pelo produto.


Até as salsichas estão na linha dos mais procurados a partir da alta dos preços de carnes bovinas no Acre. A variedade de cardápio de produtos com variações de qualidade e preço, ganha atenção até de consumidores mais exigentes. Toda produção de embutidos das fábricas no Acre está com mercado garantido.


O peixe, embora comerciantes registrem alta na procura, não se compara aos demais alimentos. O preço do filé por exemplo, é comparado ao da carne. “É um alimento caro e inacessível à população de baixa renda”, complementou Santoyo.



Com alta no preço da carne vermelha, o quilo do filé chega a R$ 40 em Rio Branco. Para os açougues, o aumento foi de quase 40%. O quilo que era comprado por R$ 8,50 por exemplo, passou para R$ 11,50.


O preço da carne para o consumidor final está diretamente ligado ao aumento no preço da arroba bovina que subiu cerca de 20% em todo Brasil, principalmente, por conta da exportação para o mercado Chinês.


Setor alimentício segue lucrando mesmo com medidas rígidas

O acreano vive desde o último sábado, 12, o primeiro dia de protocolos mais rígidos de isolamento social. Pela primeira vez, supermercados fecham nos fins de semana, assim como todo o setor produtivo.


Segundo Paulo Santoyo, a crise da pandemia que atingiu todos os setores é diferente para o de alimentos. O ritmo de crescimento nas vendas é tanto, que as indústrias de frango e porco, localizadas no Alto Acre, se preparam para ampliar a linha de produção nos dois turnos de operação.


“Para atender as demandas de mercado vamos ampliar em 30 e 40% a planta industrial e nossa linha de produção na Acreaves e em 30% na Dom Porquito”, destacou o diretor.



As declarações de Santoyo são corroboradas com dados do SEBRAE. Com base em pesquisa feita pela Statista, na primeira quinzena de março de 2020, o comércio eletrônico aumentou 40% em comparação com o mesmo período em 2019. A compra online virou uma alternativa para diminuir as possibilidades de contágio, e os produtos oferecidos são variados e de diferentes segmentos, começando pelos essenciais, como supermercados e farmácias.


Como os consumidores estão ficando mais tempo em casa, o comportamento das compras foi alterado. A procura por itens de comida caseira, assim como de higiene do lar, vem aumentando, e os supermercados e mercearias desenvolveram estratégias para oferecer seus serviços, como aplicativos de delivery e canais de mensagens instantâneas.


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