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Situação da saúde na pandemia é crítica, revelam deputados

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A Comissão Especial de Acompanhamento da Covid-19 da Assembleia Legislativa do Acre realizou nesta quinta-feira (11) audiência pública com deputados e jornalistas para avaliar o quadro atual da pandemia no Estado. Os parlamentares relataram sobre as visitas aos municípios ao longo da BR-364 desde Sena Madureira até Cruzeiro do Sul e apresentaram relatos sobre o que viram na viagem que percorreu sete municípios.


O deputado Daniel Zen (PT) relatou que a comissão não pretende realizar blitzen nas unidades ou constranger profissionais da saúde. “É um olhar diferente daquele de todos os dias, de quem está na gestão pública. Nossa ideia é promover as checagens para ter esse olhar diferenciado e promover mediação do que se ouve nas unidades e o governo”, disse o petista, reafirmando ter visto pontos positivos, como as farmácias abastecidas com medicamentos para Covid-19 e demais doenças e o mobiliário nas unidades, as quais tinham móveis e equipamentos para trabalhar. “Mas estão em contraste com a estrutura predial”, disse o deputado, citando a situação do hospital de Feijó e de Manoel Urbano, este, segundo ele, chega a causar “repulsa”. Os parlamentares ainda relataram que no Hospital do Juruá, no dia da visita, quase 100% dos leitos estavam ocupados.

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Já o deputado Cadmiel Bonfim (PSDB) destacou que em todas as unidades a principal demanda é a falta de recursos humanos. “Todos estão sobrecarregados e não há ninguém para substituir”, disse, alertando que até pessoal para limpeza das unidades está faltando. O tucano lembrou que existe uma licitação no governo para aquisição de ambulâncias, mas não está resolvida há tempos, e a falta desses veículos em muitos municípios é o grande problema. Ele também falou da questão das usinas de oxigênio e pediu que fosse instalada uma em Tarauacá visando resolver também o problema de Feijó.


Por outro lado, o deputado Neném Almeida enalteceu o empenho dos servidores no combate ao vírus. Segundo ele, a péssima condição das estradas dificultam o atendimento às pessoas no interior. “Se tivesse uma campanha de esclarecimento tenho certeza que o número de infectados seria menor”, disse, alertando que a maioria das pessoas no interior não usa máscara.


Neném também considerou crítica a parte estrutural das unidades. “Não tinha visto um hospital tão feio e acabado como o hospital de Feijó”, disse.


Principal oposicionista do governo na Aleac, o deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB) parabenizou os membros da comissão presidida pelo deputado Roberto Duarte (MDB). “O relato por si só é uma denúncia da gravidade do momento em que estamos vivendo. A gravidade precisa ser realçada”, disse.


Em 2021, disse ele, 310 pessoas morreram por Covid-19 e durante todo o ano de 2020, 773. “Nem chegamos na metade de março e já estamos chegando a metade do número de mortos no ano passado”, disse. Para ele, são necessárias novas medidas para fazer frente ao avanço da doença. “Se não endurecer nas medidas de isolamento não haverá caixão, não haverá vela nem lágrimas”, afirmou.


De seu lado, o deputado Jenilson Leite (PSB) disse que é preciso fortalecer o polo assistencial, o qual, embora muito esteja sendo feito, é preciso resolver alguns problemas. Ele destacou o trabalho do ac24horas, cujas matérias tem ajudado na conscientização das pessoas no cuidado básico individual e coletivo contra a propagação do vírus e relatou que muitos dos servidores não estão recebendo o auxílio emergencial. “A assistência está se saturando, fadigando e pode entrar em colapso. A maneira de abordar uma doença como essa no Brasil foi equivocada. Negligenciou-se as principais medidas que poderiam salvar vidas”, comentou o deputado, alertando para a questão da vacina, que precisa ser massificada no Acre.


O Líder do Governo na Aleac, Pedro Longo (PV), parabenizou o trabalho da comissão, a qual faz importante contribuição ao enfrentamento à pandemia. Longo disse que encaminhará demandas ao governo e esclareceu alguns pontos apresentados pelos colegas.


O deputado José Bestene (PP) destacou o trabalho da comissão lembrando que vivencia o drama da Covid-19 na própria família. “O que é fundamental é que a gente coloque para a população a importância do isolamento”, disse, citando exemplo do que foi em município de São Paulo. Ele quer a participação do Ministério Público e Tribunal de Contas da comissão tendo clareza de que o sistema precisa de pessoal neste momento e o gestor não pode ser notificado por contratar emergencialmente. “Os atuais profissionais chegaram ao limite”, disse.


A deputada Antônia Sales (MDB) pediu que fossem convocados médicos formados no exterior sem a revalidação do diploma e também quer a ampliação das medidas de restrição.


Na próxima semana haverá reunião entre o governador Gladson Cameli, o secretário Alysson Bestene e os deputados da comissão da Covid-19.

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