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Comunidades indígenas do Acre pedem socorro após cheia de rios destruir produção agrícola

Por
Leônidas Badaró

As enchentes nos municípios acreanos têm provocado a perda de roçados de mandioca, banana e sistemas agroflorestais cultivados pelas comunidades. A criação de animais também foi seriamente prejudicada nas terras Indígenas situadas em Sena Madureira, Cruzeiro do Sul, Rodrigues Alves e Porto Walter, Tarauacá, Jordão e Santa Rosa do Purus.


De acordo com o Conselho Indigenista Missionário no Acre (CIMI), há relatos de alagações nas Terras Indígenas Kaxinawá do Rio Jordão, Baixo Jordão, Seringal Independência, Katukina-Kaxinawá, Igarapé do Caucho, Kaxinawá do Rio Humaitá, Alto Rio Purus e Igarapé Preto.


“Os roçados que ficam nas margens dos rios foram prejudicados. As pessoas perderam as plantações, este ano vai ter fome não só para os indígenas, para os ribeirinhos também”, diz o professor indígena Ulices Moisé Kaxinawa, vice-presidente Organização do Povo Indígena Huni Kuῖ Alto Rio Purus (OPIHARP) e que mora em Santa Rosa do Purus.



A Comissão Pró-Índio do Acre (CPI-Acre) e a Organização dos Professores Indígenas do Acre (OPIAC) junto aos DSEIs Alto Rio Purus e Alto Rio Juruá, iniciaram semana passada uma mobilização para atender às solicitações das famílias indígenas que tiveram que deixar suas casas em decorrência das inundações e estão com a segurança alimentar comprometida. A comunicação limitada e uma pane no sistema de telefonia, causado pelas chuvas, atrasou o envio das informações das Terras Indígenas, mas a CPI-Acre vem gradativamente recebendo vídeos, áudios e fotos de colaboradores indígenas que estão nos locais afetados.


O presidente da OPIAC, Eldo Shanenawa, que vive na aldeia Morada Nova, na TI Katukina-Kaxinawa, em Feijó, disse que a água causou sérios danos em sua aldeia e em várias outras da TI, deixando muitas pessoas desabrigadas, sem água e alimentos.


Em Sena Madureira, a Terra Indígena São Paulino, do povo Jaminawa, foi totalmente destruída pelas forças da água do Rio Iaco. As mais de 20 famílias que moram no local estão abrigadas em uma fazenda na outra margem do rio.


Francisca Arara, liderança indígena, explica a situação após as enchentes. “Muitas famílias vão precisar de apoio para a garantia da segurança alimentar, já que perderam tudo. Não é um sacolão que vai resolver, é preciso a doação de insumos para que eles possam retomar suas plantações, já que a gente planta para vender nos municípios, além da alimentação de cada família”, explica.


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Leônidas Badaró

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