A exoneração de pelo menos 9 médicos veterinários do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (IDAF) do Acre nesta quarta-feira de cinzas, 17, acendeu a luz vermelha de alerta para os pecuaristas do Acre. Isso porque os profissionais demitidos pelo governador Gladson Cameli são responsáveis pela fiscalização do rebanho em todos os 22 municípios acreanos e peças fundamentais para manutenção do certificado de reconhecimento de zona livre de febre aftosa sem vacinação.
Como o Estado obteve o benefício em agosto do ano passado, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), em março deste ano, técnicos do ministério estarão novamente no Acre fiscalizando a situação para a renovação da certificação. O grupo de veterinários faz parte das mais de 40 exonerações ocorridas hoje, cujo a maioria seria de indicação do deputado Neném Almeida.
O MAPA já havia notificado o Estado em 2019 após um grupo de veterinários ter sido exonerado na época em que o governador demitiu mais de 300 cargos comissionados. Vários profissionais foram exonerados e dias depois nomeados novamente pelo vice-governador Major Rocha, que estava no exercício da função.
O território acreano possui, aproximadamente, 3,5 milhões de bovinos que geram, anualmente, renda de R$ 1,5 bilhão. Há 14 anos, o estado era reconhecido internacionalmente pela Organização Mundial da Saúde Animal como zona livre de aftosa com vacinação. Desde novembro de 2019, a aplicação da vacina contra a doença deixou de ser obrigatória. Das 27 unidades federativas do país, apenas Acre, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e regiões dos estados do Amazonas e de Mato Grosso possuem esta qualificação, que facilitam a exportação da carne para o exterior.
O presidente do Sindicarnes, empresário Nenê Junqueira, afirmou ao ac24horas que espera a situação seja resolvida da melhor forma possível devido a medida causar preocupação no mercado local. “Essa situação dos veterinários nos preocupa muito. Tem veterinário que trabalha em inspeção de frigorífico e isso nos deixa bastante apreensivos. Mas eu tentei entrar em contato com o governador, deixei uma mensagem para ele externando nossa preocupação e pedindo uma análise com carinho na questão dos veterinários. A gente não interfere em questão política, a gente não entra nesse mérito, não é interesse nosso. A gente só que os veterinários pois ocupam funções técnicas, mas falei com o presidente do IDAF hoje, mas eles estão vendo para resolver o mais rápido possível, nós temos confiança que o governo resolva isso o mais breve possível”, disse.
A reportagem procurou o diretor-presidente do IDAF, Chico Tum, que inicialmente afirmou que poderia ter uma resposta concreta após falar com a Casa Civil, mas antecipou que estão sendo tomadas todas medidas necessárias para resolver essa questão o mais rápido possível. “Nem o IDAF, nem outros setores serão prejudicados”, destacou.
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