“Aqui está um caos. A prefeitura diz que não tem tempo para esse tipo de conversa”, lamenta o grupo
Cerca de 103 estudantes de medicina do Centro Universitário Uninorte, que estão como internos atuando em hospitais de Rio Branco, reclamam por não receberem a vacina contra Covid-19. Eles alegam que mesmo atendendo casos suspeitos ou confirmados de infecção pelo novo coronavírus, as secretarias de saúde estadual e municipal estariam negando a aplicação do imunizante aos internos, ao contrário de Rondônia e São Paulo, que, segundo eles, imunizam os estagiários da área.
“Só aqui que ainda está um caos. Estamos atendendo pacientes com Covid-19 em tudo que é lugar, mas não querem vacinar a gente. No plano de vacinação nacional está os estagiários da saúde, somos nós. Mas no plano de vacinação do estado do Acre eles tiraram a gente”, reclama uma das estagiárias, que faz atendimentos no Hospital Santa Juliana e também na Unidade de Pronto Atendimento da Sobral.
O descontentamento maior veio quando o grupo foi até a UPA da Sobral, onde foram questionados se ainda não haviam recebido a imunização, uma vez que alguns internos de outra universidade teriam sido vacinados. “Eles exigem que a coordenação do curso mande um documento com toda a relação de estagiários para a Sesacre. A coordenadora do nosso curso mandou essa relação com os nomes, mas até agora nada”, dizem os internos da Uninorte.
Os mais de 100 estagiários garantem estar o tempo todo em contato com pessoas infectadas com o vírus devido aulas práticas. “Já questionamos também o Santa Juliana, e só dizem que a vacina é contada. A relação com os nomes já foi mandada para a Sesacre e só falam para a gente esperar”, lamenta.
O presidente do Centro Acadêmico diz ter entrado em contato com o secretário de saúde de Rio Branco, mas recebeu informação de que o município “não tem tempo para esse tipo de conversa”.
O que diz a prefeitura
O ac24horas procurou a secretaria de saúde de Rio Branco e por meio da assessoria de comunicação, a prefeitura afirma que a informação repassada pelos estagiários de medicina não é verdadeira. “A Unidade de Saúde Santa Juliana recebeu doses de vacinas para imunizar apenas seus trabalhadores da linha de frente, não foi destinadas doses para estagiários, até porque as doses destinadas não eram suficientes para imunizar todo seu corpo funcional. Por isso foi exigido que apresentassem uma lista de prioridade”, alega Frank Lima.
De acordo com Lima, essa lista dos imunizados está com o setor de Vigilância Epidemiológica. “A posição da SEMSA é continuar seguindo o protocolo, e assim que o Ministério da Saúde liberar doses de vacina para esse Público, imediatamente será ofertado a eles, como vem sendo ofertado para os demais profissionais”, concluiu.