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Imigrantes furam barreira policial e invadem lado peruano em meio a confronto

Por
Thais Farias

Centenas de imigrantes conseguiram furar uma das barreiras policiais montadas na divisa de Assis Brasil, no Acre, com o Peru no início da trade desta terça-feira (16). Houve muito tumulto, conflito e agressão física na quebra da barreira que estava montada acima da ponte de integração.


Os imigrantes seguiram rumo a Iñapari. Assim que chegaram a uma segunda barreira policial, entraram em diálogo com a polícia e houve uma negociação entre as partes. A polícia os levou até um estádio, onde abrigaria o grupo. Entretanto, os imigrantes não ficaram satisfeitos com as condições estruturais do abrigo se revoltaram, na tentativa de ultrapassar a nova barreira.


De acordo com o grupo, eles só querem atravessar o lado peruano. A situação na fronteira do Acre é de conflito e medo. A polícia afirma que só queria levar todos para o estádio e depois levá-los juntos num mesmo ônibus. Ocorre que os imigrantes dizem não ter garantias sobre essa medida e querem sair por conta própria.



Com a maior incidência de Covid-19 do Acre, o município de Assis Brasil enfrenta ainda uma onda de casos de dengue e uma crise causada por mais uma movimentação de imigrantes estrangeiros, que impedidos de deixar o país pela fronteira com o Peru se concentram na pequena cidade lotando abrigos e impondo dificuldades à administração municipal.


Desde a madrugada do último domingo, 14, por um grupo de imigrantes liderado por haitianos, na maioria, que pretende atravessar a fronteira de qualquer maneira, levou o prefeito Jerry Correia a decretar, nesta segunda-feira, 15, o estado de calamidade pública no município.



O atual gestor de Assis Brasil herdou uma série de problemas deixados pela administração anterior, parte deles decorrente de a cidade ser rota dos fluxos migratórios desde o terremoto do Haiti, em 2010. No ano passado, a prefeitura chegou a decretar estado de emergência e o então prefeito, Antônio Zum, disse ter gastado mais de R$ 1 milhão com a assistência aos estrangeiros.
Atualmente, a prefeitura está mantendo três abrigos na cidade, um em uma escola municipal, outro no ginásio de esportes e mais um em uma casa alugada. Com a mobilização para atravessar a fronteira, permaneceram nesses locais apenas um grupo de venezuelanos e um cidadão cubano, que ao contrário dos que estão acampados na ponte, querem ficar no Brasil.



A prefeitura aguarda agora o reconhecimento do decreto de calamidade pela Assembleia Legislativa (Aleac) para a garantia do que está disposto no artigo 65 da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que isenta os entes federativos de várias obrigações e prazos referentes às normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal enquanto durar a situação.


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Thais Farias

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