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Governo peruano negocia entrada excepcional de imigrantes retidos em Assis Brasil

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Raimari Cardoso

Ocupando a ponte da Integração, entre o Brasil e o Peru, nas cidades de Assis Brasil e Iñapari, mais de duas centenas de imigrantes, em grande maioria haitianos, pressionam pela entrada no país vizinho e aguardam posicionamento das autoridades dos dois países para terem a passagem liberada.


Os estrangeiros estavam concentrados em Assis Brasil, nos abrigos municipais e pequenos hotéis. Eles tentam sair do Brasil via Peru e seguir viagem de volta para casa ou rumo a outros países sul-americanos, mas se depararam com o bloqueio da ponte pelo exército peruano.


A situação começou a se tornar tensa no local a partir de quando os imigrantes passaram a demonstrar a intenção de forçar a passagem pelo bloqueio feito pelos militares no lado peruano do rio.


O prefeito de Assis Brasil, Jerry Correia (PT), disse ao ac24horas que já manteve contato com o governador do departamento de Madre de Dio, Luis Guillermo Hidalgo Okimura, que o informou que negociações já estão ocorrendo para que a entrada dos imigrantes no país seja autorizada pelo governo federal peruano.


Okimura afirmou a Jerry Correia que está aguardando uma autorização do governo federal para permitir a entrada excepcional dos imigrantes. Segundo o governador peruano, será realizada uma triagem de todas as pessoas que estão na ponte, assim como a realização de testes para a detecção de Covid-19.


Do lado brasileiro, Correia disse que já mobilizou todas as autoridades a que tem acesso, inclusive no governo federal, como o Ministério da Justiça, a Casa Civil e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin). No Acre, o prefeito informou que comunicou a situação ao secretário de Segurança, Paulo Cézar.



No momento, segundo o prefeito, Assis Brasil tem a presença de duas equipes do Grupo Especial de Fronteira (Gefron), mas a segurança no município deverá ser reforçada nas próximas horas com a presença do Batalhão de Operações Especiais, assim como estaria sendo articulado o retorno do Exército Brasileiro para a ponte, como já ocorreu anteriormente.


De acordo com Jerry Correia, a prefeitura de Assis Brasil, com a ajuda da prefeitura de Iñapari, continua prestando assistência para os imigrantes na ponte, serão servidas marmitas para o almoço no local e lonas foram compradas para que eles se protejam da chuva que cai no município desde o começo da manhã.


“Entre os imigrantes há crianças e deficientes físicos e eles estão na chuva, que está caindo de maneira constante aqui. Então, compramos lonas, pois não temos tendas disponíveis. Inclusive, estamos desmontando uma que estava sendo usada em uma barreira sanitária para instalar na ponte e abrigar os imigrantes. Também pedimos suporte do Exército para a montagem de barracas para que as pessoas fiquem livres da chuva”, explicou.


O prefeito de Assis Brasil já vinha chamando a atenção para o agravamento da situação causada pelo aumento da presença de imigrantes. Somada aos problemas relacionados à pandemia de Covid-19 e o surto de dengue que afeta a regional do Alto Acre desde o começo do ano, o gestor municipal disse que a nova onda de imigrantes levaria a cidade ao caos.


Apoio do governo

Em socorro ao município, o governo do estado já havia enviado uma equipe a Assis Brasil neste sábado, 13. O grupo levou cestas básicas, material de limpeza e máscaras descartáveis. A comitiva foi conduzida até à escola municipal Edilsa Maria Batista que serve de abrigo para os imigrantes há quase um ano.


A equipe viu de perto a situação dos abrigos e registrou as dificuldades enfrentadas pela prefeitura. Um relatório será encaminhado aos governos estadual e federal relatando o caos que se instalou na tríplice fronteira em razão do aumento da presença de imigrantes que buscam deixar o país pela fronteira acreana.


Comitê de Crise

Na última sexta-feira, 12, o prefeito Jerry Correia baixou decreto municipal criando o Comitê de Crise para Situações de Calamidade, envolvendo as secretarias municipais de Saúde e Saneamento; Cidadania e Assistência Social; Obras, Transportes e Urbanismos; Educação; Câmara Municipal; 2º Pelotão Especial de Fronteira; Polícia Militar em Assis Brasil e Unidade Mista de Assis Brasil.


Os motivos que levaram o prefeito à criação do Comitê foram o aumento expressivo dos casos de Covid-19 no município, com a regional do Alto Acre estando na faixa vermelha do pacto Acre sem Covid; os possíveis casos de dengue, chikungunya e zika vírus; o grande fluxo de imigrantes no município; a possibilidade de enchente do Rio Acre e a falta de recursos no município para enfrentar tais situações.


“Estamos em alerta máximo e a criação do Comitê de crise é de suma importância para que futuramente não fiquemos de mãos atadas, caso aconteça o pior,” disse o prefeito.


Outras informações a qualquer momento.


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Raimari Cardoso

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