Pesquisadores da Fiocruz Rondônia identificaram três variantes do vírus Sars-CoV-2, circulantes no estado. Os dados foram apresentados durante transmissão realizada pelo governo na terça-feira (9). As análises foram realizadas com base em amostras de pacientes coletadas em diferentes municípios, incluindo a capital (Porto Velho).
De acordo com a virologista e pesquisadora em Saúde Pública da Fiocruz Rondônia, Deusilene Vieira, desde que começaram os estudos para o acompanhamento e vigilância genômica do vírus, foram descritas pela comunidade científica diversas variantes, observadas em todo o mundo. “A cada mudança do vírus, são geradas também novas linhagens, o que justifica a necessidade de novos estudos para uma melhor compreensão dos fatores clínicos e epidemiológicos relacionados à doença”, enfatizou Deusilene Vieira.
A partir de isolados virais de dezembro de 2020 e janeiro de 2021, a vigilância genômica de Sars-CoV-2 em Rondônia permitiu identificar as seguintes linhagens do vírus: B.1.1.33 (já identificada em todos os continentes, sendo comum na América do Sul); B.1.1.28 (comum no Brasil e já localizada em outros países) e P.2 (variante que foi descrita primeiramente no Rio de Janeiro, e já identificada também em outras localidades do Brasil).
A pesquisadora ressaltou a importância de todos seguirem as medidas restritivas.
Médico infectologista, Juan Miguel Villalobos-Salcedo pontuou que não se pode afirmar que as novas variantes, identificadas em Rondônia, são mais agressivas e estão relacionadas ao aumento considerável no número de mortes, verificado no estado a partir do último semestre do ano passado. Ele explicou que a principal característica encontrada, a partir das análises realizadas, é o alto potencial de transmissão do vírus, inclusive entre os mais jovens. “Quanto mais casos ativos tivermos em uma população, mais chances nós temos de propagar a doença e, consequentemente, mais possibilidades teremos de provocar novas mutações do vírus”, destacou.
Atualmente, em nível global, três linhagens de Sars-CoV-2 são consideradas emergentes e de grande importância epidemiológica: B.1.1.7 (originária do Reino Unido); B.1.351 (da África do Sul) e P1 ou B.1.1.28.1 (identificada no Brasil/Amazonas). Todas estas linhagens têm sido associadas a uma maior transmissibilidade do vírus.
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