O iminente colapso no sistema de saúde do Acre se explica por várias razões. Uma das principais é o crescimento descontrolado dos novos casos ao longo das últimas semanas, principalmente em janeiro e, sobretudo, neste mês de fevereiro.
O segundo mês do ano comprova que a segunda onda de contaminação é bem mais forte do que o auge da pandemia em 2020. O mês de maior incidência da Covid-19 no ano passado, desde a confirmação do primeiro caso da doença no mês de março, foi em junho quando o Acre alcançou uma média de novas pessoas contaminadas de 234,4 por dia.
Nos meses seguintes, os casos foram baixando dando a sensação de que a pandemia viraria coisa do passado. Em outubro, o estado alcançou a menor média de contaminação com 83,3 pessoas contaminadas a cada dia.
O relaxamento das medidas de isolamento social, com registro de aglomerações em locais públicos e privados, aliado a campanha eleitoral que levou muita gente para as ruas, voltou a fazer com que o Acre registrasse crescimento da doença. Tanto que no mês seguinte, em novembro, a média diária de novos casos mais que dobrou, alcançando uma média diária de mais de 182 pessoas contaminadas.
O ápice da pandemia chega agora em fevereiro, onde a doença saiu de qualquer controle. Em apenas 9 dias do mês, o Acre registra 2.802 pessoas infectadas. O número de pessoas com a doença saltou de 48.467 no dia primeiro, para 51.269 pessoas, de acordo com o boletim da Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre) desta terça-feira, 9. A média de contaminados diários é de longe a maior desde o início da pandemia, o que significa que 311,33 são infectadas todos os dias.
Soma-se a isso o crescimento dos casos de dengue nesta época do ano e o resultado é o sistema de saúde do Acre entrando em colapso, sem vagas de UTI para atender todos os pacientes que precisam de atendimento, além da ocupação maciça de leitos clínicos.
Para evitar que a situação se agrave ainda mais e pacientes comecem a morrer por falta de atendimento, o governo recolocou o Acre na fase vermelha, onde devem ficar abertos apenas os serviços essenciais. Além disso, o governador Gladson Cameli já anunciou a instalação de mais 10 leitos de UTI no pronto-socorro, mais 10 no Hospital do Idoso e outros 10 no Hospital Regional do Juruá, chegando ao total de 110 leitos de UTI na rede pública de saúde.
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