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OMS: variante brasileira tem “potencial” de afetar eficácia de vacinas

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) constata que a variante do vírus da Covid-19 identificada no Brasil e em brasileiros no Japão tem o “potencial” de afetar a capacidade de vacinas de garantir a imunidade contra a doença. O alerta faz parte do informe semanal publicado pela entidade internacional sobre a pandemia e que foi divulgado nesta terça-feira.


Identificada como variante P.1, a mutação no Brasil ganhou terreno no final de novembro de 2020. Mas, segundo a OMS, “mostrou sinais iniciais de declínio” na semana que terminou no dia 7 de fevereiro. “Em Manaus, a proporção de casos com P.1 entre as amostras testadas aumentou de 52% em dezembro de 2020 para 85% em janeiro de 2021”, disse. No total, 15 países já identificaram casos da variante P.1, cinco a mais que na semana passada.


Mas uma das preocupações centrais da OMS se refere ao efeito das vacinas.

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“Com base em investigações preliminares, as mutações detectadas na variante P.1 poderiam potencialmente reduzir a neutralização de anticorpos”, disse. “Entretanto, são necessários estudos adicionais para avaliar se há mudanças na transmissibilidade, gravidade ou atividade neutralizadora de anticorpos como resultado desta nova variante”, apontou.


A OMS também trouxe novas informações sobre as demais variantes já identificadas no Reino Unido e na África do Sul.
No caso da mutação britânica, há de fato uma maior transmissibilidade e “estudos baseados em laboratório observaram uma pequena redução na atividade neutralizadora contra as variantes em indivíduos vacinados com as vacinas Moderna ou Pfizer-BioNTech, embora os títulos neutralizadores ainda permaneçam acima dos níveis esperados para conferir proteção”.


Já a variante identificada na África do Sul também registrou um impacto na eficácia das vacinas.


“Novos resultados preliminares das vacinas Novavax, Johnson & Johnson, e Oxford/AstraZeneca mostraram potencial redução da eficácia contra a 501Y.V2 (mutação sul-africana)”, disse.


“Os ensaios da Fase 3 da vacina Johnson & Johnson encontraram 66% de eficácia na prevenção de infecções moderadas a graves, 28 dias após a vacinação; no entanto, a eficácia variou entre os três locais de ensaio: a eficácia da África do Sul (57%) foi a mais baixa, e reflete que 95% das cepas causadoras da doença foram a variante”, explicou.


“Resultados preliminares similares da Novavax mostraram 60% de eficácia contra 501Y.V2 (sul-africana)”, completou.


“Em um pequeno teste com aproximadamente 2200 pessoas na África do Sul, um regime de duas doses da vacina Oxford/AstraZeneca resultou em uma eficácia não significativa de 21,9% contra a COVID-19 moderada, que incluiu um período em que a maioria dos casos foi causada por 501Y.V2”, disse a OMS. “Entretanto, a eficácia contra a COVID-19 severa, hospitalizações e mortes não foi estudada”, ponderou.


“A neutralização sorológica foi substancialmente reduzida em comparação com as cepas originais, com base no pequeno número de amostras analisadas. Notavelmente, a análise primária dos dados dos ensaios da Fase III no contexto de cenários virais sem esta variante mostrou que a vacina AstraZeneca/Oxford oferece proteção contra doenças graves, hospitalização e morte; portanto, continua sendo de vital importância determinar a eficácia da vacina para prevenir doenças mais graves causadas pela variante 501Y.V2”, completou.


A OMS insistiu que é importante observar que estas são “descobertas preliminares” que requerem investigação adicional, incluindo a necessidade de avaliação do desempenho da vacina contra doenças graves, avaliação da atividade neutralizante em um maior número de amostras e para outras vacinas contra esta cepa, uma avaliação das mudanças na neutralização da eficácia clínica e, eventualmente, uma estimativa da eficácia destas vacinas sobre as variantes.


Entre o setor privado, a entidade aponta que as empresas estão “explorando formas potenciais de melhorar a proteção contra as mutações, tais como o aumento de doses e intervalos de dosagem, a introdução de doses de reforço ou vacinas de reforço, e o início do trabalho de adaptação de vacinas e otimização das tubulações de produção para permitir mudanças rápidas da cepa, caso isso se torne necessário”.


Queda no mundo; redução de mortes no Brasil é apenas marginal

Apesar do alerta sobre as variantes, a OMS destaca que a semana registrou uma queda de 17% no número de novos casos no mundo. Ainda que a redução seja expressiva, a agência alerta que o patamar é elevado, com mais de 3,1 milhões de novos casos em apenas sete dias.


“Embora ainda existam muitos países com um número crescente de casos, a nível global, esta tendência é encorajadora”, diz a entidade.

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“O número de novas mortes relatadas também caiu pela segunda semana consecutiva, com 88 mil novas mortes relatadas na semana passada, um declínio de 10% em comparação com a semana anterior”, explica.


A Europa e a Região das Américas viram as maiores quedas em números absolutos, com quase 500 mil novos casos a menos relatados na semana passada.


Com 871 mil novos casos, os EUA ainda lideram. Mas registraram uma contração de 19% em comparação à semana anterior. O Brasil somou 328 mil novos casos, uma redução de 10%.


O terceiro lugar é da França, com 136 mil novos casos e uma redução de 4%. Já o Reino Unido viu o número de novas infecções ser reduzida em 25%.


Se o número de mortes caiu no mundo em 10%, no Brasil a taxa foi de uma redução de apenas 1%. No período avaliado pela OMS, o país somou mais 7,3 mil mortes.


** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL


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