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Ex-paciente do Hosmac denuncia tráfico de drogas, estupro e maus tratos

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Um forte depoimento de uma ex-paciente do Hospital de Saúde Mental do Acre (HOSMAC) tem chamado atenção e provocado discussões sobre o tratamento a pacientes que necessitam de atendimento em saúde mental. O relato foi publicado na noite dessa quinta-feira, 7, numa rede social de Andressa Pascoal.


Durante uma extensa publicação, Andressa conta que foi internada por duas vezes no Hosmac, sem especificar as datas, e escreveu sobre como é a vida de quem é interno no local. Ela revela que peças íntimas, como calcinhas, são compartilhadas por todas as internas. Conta ainda que há tráfico de drogas dentro da unidade de saúde.

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“Quando cheguei, dei muita sorte… por causa do meu sobrenome Pascoal, pois lá dentro tinha uma interna (vamos chamá-la de “Sol”) que dizia ser prima do Hildebrando Pascoal, então ela começou a me tratar como prima, como família; ela que eu me lembre era mulher de facção, a mais forte e perigosa das internas, mas pelo sobrenome gostou de mim – logo virei sua protegida. E assim eu descobri que existem as leis das enfermeiras – e as leis das internas”, iniciou.


A jovem seguiu dizendo que dentro da unida “rola tráfico, e por eu estar ao lado da Sol – estava sabendo o que acontecia lá dentro. Uma das internas estava traficando tabaco e pó na vagina. Eu mesma vi o pó, e a Sol me fez bolar o tabaco”.


Andressa revela ainda que enquanto esteve por lá viu hábitos nada higiênico. “Todas as calcinhas são compartilhadas. É exatamente isso, você usou uma calcinha na segunda, ela é lavada e na quarta-feira outra interna usa, e não se surpreenda quando eu disser que algumas fazem xixi ou cocô nas calcinhas. Nisso também tive sorte, pois minha família em nenhum momento me deixou desamparada, tanto nos meus produtos de higiene pessoal, como nas medicações e roupas íntimas”, conta.


Ela relata que os homens internados em sua maioria são estupradores e agressivos que não são considerados “sãos” para serem formalmente presos. “Uma das internas me falou que foi estuprada, só que ela era nitidamente “especial” e nenhuma das enfermeiras acreditou em seu relato, por isso ela veio contar e desabafar comigo”.


Por fim ela diz que nem tudo são críticas. “Lá não pude reclamar um dia sequer da comida, são seis refeições por dia. A comida era sempre ótima e eu saí de lá uma semana depois quase 3kg mais pesada.


O outro lado

O ac24horas procurou a direção do Hospital de Saúde Mental do Acre, que se posicionou por meio de uma nota de esclarecimento. O diretor da unidade, Hallison Lima, garante que as duas internações de Andressa Pascoal aconteceram em 27/07/18 e 11/09/18, durante a gestão passada.


“O que a atual direção pode afirmar à sociedade é que não há nenhum registro que algo que foi relatado pela ex-paciente tenha ocorrido. Pelo contrário, ao longo dos últimos dois anos, a gestão do governador Gladson Cameli tem feito investimentos para que o Hospital de Saúde Mental tenha condições de atender de forma mais humanizada possível os pacientes. Para isso, foram realizados investimentos na reforma da estrutura física, lotação de novos servidores e aquisição de medicamentos. No entanto, buscando a transparência, como deve ocorrer em qualquer área do serviço público, estaremos abrindo um processo administrativo para apurar as denúncias, mesmo que tenham sido formuladas nas redes sociais”, afirma.


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