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Médicos dizem que hospital de Xapuri não atende mais à necessidade da população

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Três meses depois de denunciar a estrutura precária do Hospital Epaminondas Jácome (HEJ), de Xapuri, o Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed-AC) voltou a se manifestar sobre a situação e disse em release distribuído à imprensa que reivindicará da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) providências para garantir o atendimento da população do município.


Entre as reivindicações que o Sindmed promete fazer estão a contratação de mais médicos e a alteração do padrão das escalas da categoria. O sindicato constatou que apenas um profissional vem atuando por dia na unidade, sendo obrigado a atender ao mesmo tempo grávidas, casos urgentes e pessoas infectadas pelo novo coronavírus, causador da covid-19.

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Segundo o Sindmed, com apenas um médico atuando por plantão, as dificuldades de atendimento aumentam, pois o profissional muitas vezes precisa sair do setor de urgência para ir até a área onde há pacientes de covid-19 e voltar, potencializando os riscos de contaminação do próprio servidor e das demais pessoas que estão trabalhando ou sendo atendidas no local.


Mesmo sem estrutura para a internação de pessoas acometidas de covid-19, o hospital de Xapuri é obrigado a manter as pessoas infectadas por vários dias até que o setor de regulação da Sesacre autorize a sua transferência, o que geralmente ocorre quando a situação se agrava e existe a necessidade de intubação, expondo o usuário a um risco de morte ainda maior.


“Com apenas um médico, quando há transferência de paciente, o profissional precisa sair do hospital para realizar todo o acompanhamento, deixando a unidade completamente desassistida. Isso é um problema que precisa ser resolvido pela Sesacre”, explicou o diretor do Sindmed-AC, Rodrigo Prado, que esteve recentemente na cidade.


A carência de médicos no hospital foi a causa de uma ocorrência considerada grave no último dia 29 de dezembro. Uma criança de um ano de oito meses de idade deixou de ser atendida na unidade porque não havia profissionais de plantão. O problema ocorreu, segundo a direção, porque a médica que deveria estar de serviço naquele dia entrou de atestado médico na noite anterior.


Sem um substituto para a profissional afastada repentinamente, o hospital passou cerca de 12 horas sem médicos com todos os procedimentos, inclusive um parto, sendo realizados com a presença apenas da equipe de enfermagem. O problema foi resolvido após uma médica ser deslocada do município de Assis Brasil, já no período da tarde, para dar cobertura à unidade.


Naquela ocasião, o gerente do HEJ, enfermeiro Josimar dos Santos, informou que um novo médico acabara de ser contratado. O Sindmed diz, no entanto, que existe a expectativa de chamamento de um profissional, com contrato válido até março, para atuar no hospital de Xapuri, mas a quantidade ainda será insuficiente e o tempo de contratação não oferece segurança.


Outra deficiência séria da unidade hospitalar de Xapuri é a falta de um aparelho eficiente de raio-x. O equipamento que está em uso atualmente é antigo e sempre apresenta defeitos, como ocorreu mais uma vez nesta terça-feira, 5. A máquina passou por reforma recente, mas a manutenção deixou a instrumento com pouca resolução de imagem, dificultando o trabalho médico.


Nos últimos meses, o hospital da cidade segunda colocada em incidência da covid-19 no Acre foi obrigado a encaminhar pacientes de covid-19 para o Hospital Regional de Brasiléia apenas para serem submetidos a exames de raio-x dos pulmões, em razão da incapacidade do equipamento à disposição dos médicos locais para oferecer condições adequadas de avaliação.


Segundo o sindicato dos médicos, os ambientes utilizados para a internação dos pacientes não oferecem adequada ventilação e refrigeração. Por fim, outra constatação do Sindmed é a necessidade da construção de um novo prédio para o hospital de Xapuri, pois o imóvel atual é antigo e não atende mais a necessidade de atendimento da população.


Vale ressaltar que após a visita feita pelo Sindmed em outubro passado, o secretário estadual de Saúde, Alysson Bestene, esteve no hospital, quando fez a entrega de equipamentos avaliados em R$ 1,5 milhão e anunciou a reforma da unidade, que ainda não teve data de início divulgada. Em novembro, o governador Gladson Cameli inaugurou um laboratório de análises clínicas no hospital.


Nesta terça-feira, 5, a estatal Agência de Notícias do Acre divulgou que o governo vai continuar investindo na melhoria dos serviços de saúde. Na execução do orçamento de 2021, a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) pretende investir R$ 77,6 milhões na construção de maternidades e hospitais, além de obras de ampliação e reforma nas unidades de todo o estado.


“Os investimentos irão preencher vazios assistenciais, uma vez que vão proporcionar melhorias das estruturas que já existem, com reforma e ampliação, e a construção de novas unidades, impactando positivamente na sociedade e oferecendo um melhor serviço de saúde para quem depende do Sistema Único de Saúde”, destacou o secretário de Saúde, Alysson Bestene.


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