No melhor estilo “pega que o filho é teu”, a prefeita Socorro Neri (PSB) em despedida do cargo, afirmou nesta sexta-feira, 18, ao Jornal do Acre, que a Prefeitura de Rio Branco fez todo o possível para solucionar o problema da greve dos trabalhadores do transporte coletivo, e que agora o problema estará nas mãos do prefeito eleito, Tião Bocalom (Progressistas).
Na quinta-feira, 17, a Câmara de Rio Branco (CMRB), em sessão extraordinária, rejeitou pela segunda vez o Projeto de Lei (PL) que destina R$ 2,4 milhões às empresas de transporte coletivo. No começo da semana, os vereadores rejeitaram o mesmo projeto pelo placar de 5 a 0.
Na entrevista, Neri pontuou que considerava a discussão acerca da subvenção ao transporte coletivo como um assunto encerrado, e pediu ‘bom senso’ aos trabalhadores para que entendam que a gestão fez todo o possível para aprovação do PL.
“Nós consideramos encerrada essa discussão nesta gestão acerca da subvenção ao transporte coletivo. A Prefeitura fez duas articulações, mas não houve êxito. Nós fizemos o PL mediado pelo Tribunal de Justiça, Ministério Público, TCE, RBtrans e o sindicato. Infelizmente, não houve compreensão desse termo de acordo e da necessidade de fazer a subvenção por parte dos vereadores. Resta agora, aguardar bom senso dos trabalhadores, que compreendendo que de forma real e de forma concreta nada pode ser mais feito nesta gestão. Fizemos tudo que era possível nesta gestão. Fica para o próximo prefeito essa pendência em relação ao transporte coletivo, que já estava deficitário antes da pandemia, e que com a pandemia se agravou ainda mais”, afirmou Neri.
A prefeita ainda criticou a atuação da Câmara de Vereadores e pontuou que o parlamento-mirim se isentou de participar da construção do PL, mediado pelo Tribunal de Justiça (TJ).
“Foi um processo que não houve discussão por parte da Câmara de Vereadores. Muito mais uma decisão política sem nenhum embasamento técnico. A Câmara, inclusive, se recusou a fazer a discussão com representantes da prefeitura e desses outros órgãos que participaram deste termo de acordo mediado pelo TJ. É comum diante de uma matéria como essa se faça audiência pública, a prefeitura insistiu nesse ponto, mas não foi aceito pelos vereadores que se recusaram a ter a presença da prefeitura”, pontuou Neri.
Ao fim, ela ressaltou que a Prefeitura acionou a justiça para o retorno mínimo dos 40% da frota de transporte coletivo da capital. “Trata-se de um serviço essencial e deve ser minimamente cumprido para garantir o direito de ir e vir da população”, encerrou Neri.
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