Os valores de cada indivíduo adulto são sua construção de vida, resultam de seu confronto permanente com teoria e prática, com seu sentimento de felicidade, com sua compreensão do certo e do errado. Se coincidentes com os valores predominantes na sociedade, tanto melhor, o indivíduo estará menos sujeito a conflitos, terá menos com que se preocupar, será mais aceito, poderá fazer seu percurso sem grandes atribulações.
Se, porém, alguns de seus valores mais sólidos estão sob ameaça, cabe-lhe reagir. Não é possível ao democrata se manter silente, por exemplo, perante grave ameaça às liberdades individuais, ao direito de opinião e de expressão, à liberdade de ir e vir, ao direito de propriedade. Como disse no século XVII, o grandíssimo filósofo inglês John Locke (frase acima), referindo-se ao contratualismo, a Lei existe para proteger os direitos do cidadão e não o contrário.
Esta simplíssima introdução sobre o tema da liberdade vem a pretexto das recente decisão do Supremo Tribunal Federal, no sentido de autorizar que governos estaduais e municipais avancem sobre nossas liberdades para, supostamente, nos proteger do vírus chinês.
Não se sabe por quê, dado que a liberdade é inegociável, a questão chegou ao STF, para manifestação dos ministros, alguns deles hoje em dia dedicados apenas a tomar medidas que inviabilizam o governo Bolsonaro. Nesta quinta, decidiram pela constitucionalidade da obrigatoriedade da vacinação. Vão invadir sua casa e aplicar a vacina em você na marra, estrebuchando? Não. O Estado tem métodos mais “modernos”, segundo ministros e o próprio Procurador Geral Augusto Aras.
Quais seriam esses métodos? É o seguinte. Eles decidiram transformar você, que não confia na vacina – há razões de sobra para isso, em um pária na sociedade. Governadores e Prefeitos – como antes decidiu o STF, poderão decidir limitar seus direitos individuais. Dou exemplos do que pode vir por ai. Sem ser vacinado você não poderá viajar de avião, navio, ônibus ou trem (o embarque exigirá atestado de vacina), se for de carro não passará da primeira barreira da Policia Federal. Seus filhos não poderão estudar – o colégio exigirá atestado de vacina. Você não prestará concurso público – o edital exigirá atestado de vacina. Você não poderá ir ao cinema ou ao estádio ou ao teatro ou ao show do seu cantor preferido – só entra com o atestado de vacina. Esqueça a renovação de carteira de motorista, junto com o exame de vista terá que apresentar o atestado de vacina. A lista de possibilidades é longa.
Enfim, o mundo se dividirá entre cidadãos vacinados, portanto, conscientes e “humanistas”, e meio-cidadãos não vacinados, estúpidos e “negacionistas”. Você, adulto, responsável e inteligente que já tomou ao longo da vida umas 11 vacinas (VER AQUI), precisa, segundo o maldito STF, que o governo controle sua vida, imponha limites à sua liberdade e force-o a tomar a vacina que lobistas como João Doria decidirem que você deve tomar.
Ao recusar-se e proteger sua família contra o imediatismo de vacinas que pulam etapas de teste a pretexto de urgência, você está usando um princípio básico e elementar, a precaução, princípio este que políticos em campanha, apresentadores e especialistas de auditório jogaram no lixo. Mas não pensam assim, os lagosteiros do STF. Eles o consideram incapaz de decidir sobre a própria saúde e a de seus filhos. É o Estado que decide. “Tudo pelo Estado, nada fora do Estado e nada contra o Estado”. A frase lembra algo? Alguém?
Não há que se opor a qualquer vacina que mereça o nome e o legado histórico desta que é a maior descoberta médica da humanidade. A vacina é o que é por antecipar-se ao contágio preparando o corpo para uma reação que, por outro modo, seria insuficiente contra o agente. Não mais. Em outras palavras, a sua eficácia é a sua razão de ser, ou seja, se não resultar em imunidade não é vacina. De outra parte, surge a segurança. É necessário saber que além de me preparar para reagir ao vírus, os elementos introduzidos no meu corpo não provocam reações e anomalias sérias no meu organismo. Quem garante a eficácia e a segurança? A China?
O que dizer de vacinas que, supostamente, por driblar protocolos, não são suficientemente provadas e comprovadas, mas tentativas urgentes de responder a demandas idem? Não à toa, 22% da população brasileira não estão ainda dispostas a tomar a vacina. São desnecessariamente precavidos? Talvez. Mas e daí? Mais adiante, convicção formada, eles mudarão de posição e voluntariamente procurarão a vacina, o que homens livres não aceitam é serem jogados num brete feito gado e vacinado à força, seja física ou normativa.
Que fazem os homens verdadeiramente livres? Eles avaliam as alternativas e as consequências de cada ação e decidem. Não precisam do Estado ou de quem quer que seja lhe impondo medidas com as quais não concorda. Não está no contrato democrático que o cidadão esteja sujeito a penalidades por decisões que não prejudiquem outrem. Para se ter uma idéia, o Estado tem a obrigação de evitar que eu me suicide, mas não pode me punir pela tentativa. Por que puniria a minha precaução?
Se decido não tomar a vacina, qualquer uma delas, o problema é apenas meu, como bem disse o Presidente Bolsonaro (não vai tomar), secundado pelo Governador Gladson Cameli (vai tomar). Os vacinados não precisam me temer, pois estão imunes, certo? Os não-vacinados não precisam me temer porque decidiram não se vacinar avaliando os riscos de me encontrarem por aí, afinal, são cidadãos livres.
Qual é então a motivação subjacente para que nos imponham a vacina às pressas, atropelando protocolos e regulamentações sanitárias, a pretexto de uma urgência que eles não tiveram quando surgiram vários tratamentos eficazes ao nível observacional, porém não comprovados em nível científico de Ensaio Clínico Randomizado Mega Trial?
Respondo. Estamos vivendo em todo o mundo um período de rompimento de soberanias e subordinação das autoridades nacionais a superestruturas que, baseadas no controle da informação, decidem o que cada um de nós faz. Vejam o que fizeram nos Estados Unidos. O maior bastião da liberdade ocidental caiu perante o conluio das grandes corporações com a ONU, a mídia mainstream e as megaplataformas como twitter, facebook, instagram etc.
Nos EUA, simplesmente corromperam, fraudaram o processo eleitoral e negaram ao Trump o direito de se expressar em iguais condições de seu concorrente. A Lei foi pisoteada pelo “fato consumado”, embora provas e indícios apontem para a manipulação dos resultados, inclusive com interferência externa. Isso você não viu sequer reportado no Brasil, país onde a imprensa come no cocho fétido da esquerda. O Globalismo mostrou sua cara na terra da liberdade, e não é bonita. Pelo menos para quem se quer livre.
Assim, voltamos ao objeto de análise que é a nossa liberdade. A meu ver, o único jeito de por ela lutar é afirmando-a. Me quero livre para decidir se, qual e quando vou tomar determinada vacina ou remédio. Assumo os riscos. Viver é correr riscos. Segundo o mapa da violência, no Brasil é 14 vezes mais fácil ser assaltado do que morrer de COVID. A mesma coisa para o trânsito. Foram registrados mais de 2.000 acidentes de trânsito no Acre em 2020.
Compete ao cidadão livre, avaliando os riscos, escolher tomar a vacina imediatamente, na primeira hora, certo de que os efeitos colaterais estimados em 5% serão irrelevantes perante a opção de não vacinar. Análise elementar de benefício-custo que fazemos rotineiramente em praticamente todas as decisões que tomamos. Se o julgamento for no sentido contrário, idem. Se depois quiser mudar de opinião, nada o impedirá. Isto é liberdade.
O que não podemos estimular ou, sequer aceitar, é que tiranetes de qualquer espécie, sejam os mal togados de Brasília, ou os mal intencionados de estados e municípios, usem a pandemia e a vacina para dela tirarem benefícios políticos e aplicarem seus planos ditatoriais progressistas sobre uma população que está cansada de tudo isso, que quer voltar a viver livremente.
Na realidade que os supremos tiranetes não enxergam, os empregos, a renda, o patrimônio, a família, os projetos de vida, a saúde mental, tudo na sociedade foi gravemente alterado e o sujeito ainda tem que suportar o governo no seu calcanhar, transformando-o em cidadão de segunda categoria se não obedecer a ordem Xing Ling sancionada por um tribunal vezeiro em trair a Constituição Federal.
Sei, há na população os que docemente se vergam aos mandamentos do andar de cima, há os que optam pelo politicamente correto, há os que sinceramente acreditam na boa vontade dos novos donos do poder, há os que vão com as outras. Bom que seja assim. Denota livre arbítrio, todos merecem respeito. Mas merecem ser avisados. Não é de vacina que se trata, é de liberdade.
Valterlucio Bessa Campelo escreve às sextas-feiras no ac24horas
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