Deputados querem cargos para votar reforma de Gladson e “acordão” está em negociação

A reunião entre o governador Gladson Cameli e os deputados da base ocorrida na noite desta quarta-feira, 16, foi marcada por constrangimento e o famoso “nada com coisa alguma”. No encontro, o Chefe do Palácio Rio Branco afirmou aos parlamentares que a Reforma Administrativa que corta 200 cargos no governo, encaminhada para aprovação na Assembleia Legislativa não sofreria nenhuma mudança e que caso não fosse analisada, a a responsabilidade ficaria sobre os próprios deputados. Nenhum parlamentar teve coragem de se opor a fala do chefe do executivo e para não ficar “a ver navios” apelaram para o presidente da Casa, deputado Nicolau Júnior, para assumir a articulação da demanda.

O ac24horas apurou que logo após o encontro com deputados, Nicolau teve uma conversa particular com Gladson, e por telefone, tentava recompor a base por intermédio do líder do governo, deputado Gerlen Diniz. A insatisfação dos deputados é o fato da reforma cortar pelo menos 200 cargos em comissão e não ter uma definição de como será o tamanho de cada parlamentar na estrutura do governo.

Por outro lado, a equipe de governo argumenta que os deputados da base não precisam se preocupar pois todos os comissionados, após a aprovação e sanção da reforma, serão exonerados e voltarão apenas os indicados que realmente são de deputados que apoiam Gladson Cameli.

A reportagem apurou que a medida de exoneração visa retirar pessoas que são ligadas a deputados, ex-secretários e ex-aliados que não fazem mais parte do cotidiano do Palácio Rio Branco. “Os deputados terão tamanhos iguais, uns terão até mais cargos do que antes. A situação será mais igualitária, Muita gente não vai voltar, mas não são pessoas ligadas a base e sim de gente que não apoia o governo”, disse um assessor palaciano.

Outra situação que os deputados querem é um orçamento extra escrito no texto que poderá ser aprovado hoje. Atualmente a Aleac tem R$ 154 milhões garantidos para 2021, mas um extra de R$ 7 milhões a mais está sendo pedido. Nesse ponto, o governo analisa não atender devido isso gerar uma correria dos demais poderes em busca de recursos.

O fato é que caso o governo não consiga convencer os deputados sobre os cortes de cargos, a equipe econômica já estuda aumento de 100 cargos em comissão na estrutura, diminuindo de 200 cortes para apenas 100, mas essa situação ainda não está definida. Reuniões deverão ser feitas pela manhã e início da tarde antes do início da sessão extraordinária desta quinta-feira, 17, último dia de trabalho antes do recesso.