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Socorro Neri acredita em 4 grandes fatores que dificultaram sua reeleição contra Bocalom

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Poucos sabem, mas a atual prefeita de Rio Branco, nascida no seringal São Luís, em Tarauacá, se criou em meio a uma forte influência política dentro da família. Com o passar dos anos e entre idas e vindas, Socorro Neri fincou suas raízes na capital do Acre, onde trilhou caminho até a gestão municipal, que se encerra no próximo dia 31 de dezembro. Servidora pública desde os 17 anos, Neri diz que sua identificação como pessoa é, de fato, na condição de servir bem.


Antes disso, foi árduo o caminho traçado até chegar à prefeitura de Rio Branco. Socorro mudou-se com a família do seringal para a zona urbana de Tarauacá em meados da década de 70. Na capital do Acre, chegou em 1980. Sua mãe chegou a alcançar o posto de deputada federal pelo estado e seu tio, Manoel Machado, foi vereador e deputado estadual pela cidade natal por quatro mandatos.

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Em 1992 Socorro Neri entrou efetivamente para a vida pública na política ao se lançar vereadora pelo MDB. De lá até 2005, compôs a militância política do partido. A partir de 2005, Neri passou a se dedicar à vida acadêmica na Universidade Federal do Acre (Ufac) e desfilou-se oficialmente do MDB.


“Me dediquei de fato à vida acadêmica e fiquei por um bom período filiada ao PPS, mas sem militância. Estava fazendo mestrado, doutorado e outras atividades na universidade”, explica. Foi então que já no ano de 2015 recebeu, em sua própria casa, uma comitiva grande do PSDB. Nela, estavam o então presidente do partido, hoje senador Márcio Bittar, o atual vice-governador Major Rocha, entre outras figuras da sigla.


“Me fizeram convite para construir candidatura a prefeita. Me filiei em junho, mas no começo de dezembro declinei da candidatura por várias razões, por motivos que não me identifiquei. Não me senti motivada. Novamente decidi me dedicar à área acadêmica”, salienta Socorro.


De volta ao âmbito da universidade, se aprofundou em projetos para que pudesse cursar pós-doutorado em Portugal. “Estava cuidando disso quando no final de março de 2016 recebi convite para me filiar ao PSB. Foi a decisão mais demorada, difícil, mas também a mais consciente. Estava ciente de que, se estavam me convidando, é porque eu poderia contribuir. Como servidora pública não poderia deixar de participar da vida pública na política”, destaca.


O resultado dessa decisão culminou em sua candidatura como vice-prefeita na chapa vitoriosa de Marcus Alexandre, do PT. “Participei das agendas, reuniões, de visitas, caminhadas e como vice-prefeita tive atribuições que me foram repassadas pelo prefeito”.


Já no dia 7 de abril de 2018 recebeu a titularidade da prefeitura de Rio Branco com a renúncia de Alexandre para a disputa pelo governo do Acre, na qual foi derrotado pelo atual governador Gladson Cameli. Socorro considera sua participação efetiva na vida pública de sentido político a partir dessa data.


“Como vice, tenho convicção de que me portei da forma que é esperada de um vice. Cumprindo a hierarquia, atuando sempre no sentido de cooperar com a gestão. Como titular, não tenho a menor dúvida de que dei o meu melhor. Cumpri com todas as atribuições do cargo e vou continuar cumprindo até o dia 31”, garante a prefeita.


A professora acredita ter feito todo o possível, tudo que está ao seu alcance para que a prefeitura possa seguir cumprindo suas atribuições. “Com toda a garantia, vou repassar ao prefeito [Tião Bocalom] uma prefeitura enxuta, organizada, saneada, com todas as contas pagas, com serviços funcionando. Ele terá todas as condições para seguir cumprindo as atribuições perante a prefeitura e executar o plano de governo dele”.


Quatro fatores atrapalharam sua reeleição


Ao ser questionada se considera que sua campanha nas eleições municipais de 2020 teve algum empecilho que pode ter atrapalhado na sua reeleição, Socorro confia em quatro grandes fatores que podem, sim, ter interferido e dificultado sua vitória. “Olho sempre para frente, mas considero que pelo menos quatro grandes fatores que dificultaram nossa eleição. Não podemos deixar de lado nesse processo que teve toda uma rede de desconstrução que serviu para desinformar o eleitor”, elenca o primeiro fator.

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O segundo grande fator que pode ter atrapalhado sua reeleição foi a questão do machismo. “Não é mimimi. É um problema grave que impede a participação de mulheres na política”, adverte.


O terceiro teria sido sua posição perante a pandemia da Covid-19. “Tenho clareza de que as medidas que adotei durante a pandemia foram antipáticas e me trouxeram algum ressentimento. Mas todas elas eram necessárias. E entre ganhar simpatia para ganhar voto e cumprir minha atribuição e responsabilidade, preferi cumprir com a responsabilidade e sei que essas medidas evitaram que mais mortes acontecessem e tivéssemos um colapso no sistema de saúde”, assegura Neri.


O quarto e último fator, segundo a prefeita, foi sua forma de conduzir a gestão municipal. “Sei que isso se reflete, inclusive nas alianças. A forma como fiz gestão não agradou muita gente. Mas quando a gente faz uma escolha clara, pela direção de trabalhar de forma honesta, legal, colocando em primeiro lugar o interesse público, a gente consegue realizar uma gestão com bons resultados”, acredita.


Para ela, sua forma de gerir [a prefeitura, cargos e orçamento] influenciou diretamente nos bons resultados e indicadores e na área da saúde, equilíbrio fiscal, no campo da educação, na manutenção da cidade, iluminação pública e programas sociais que foram implantados nesse período.


“São quatro fatores bem importantes, mas hoje não tenho outro sentimento que não seja o de gratidão quando olho para tudo que foi feito, pelo empenho da equipe e dedicação. Foram 61. 602 votos resultado da compreensão de que o trabalho foi bom e estava no caminho correto”.


Ao longo dos dois anos que esteve à frente da prefeitura, Socorro diz não ter sentido nenhuma dificuldade de administra o que lhe foi confiado porque sempre se posicionou muito bem. “Mas fica claro e percebi isso de forma muito evidente nas redes sociais, de que a forma intensa e forte de posicionar levaria a uma reação que não haveria se fosse um homem se posicionado, inclusive com agressões, ofensa, calúnia, difamação. Não tem parâmetro o que eu sofri”, salienta.


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BOA GESTÃO – Entre centenas de resultados, Neri deixa a prefeitura da capital com ações que vão desde a reforma administrativa, reduzindo 12 órgãos municipais, 132 cargos comissionados e permitindo uma economia de R$ 12 milhões. Alcançou mais de 24 mil pessoas com educação ambiental, com foco na gestão de resíduos sólidos. Quase mil ruas pavimentadas e mecanização agrícola em 1.311 hectares, beneficiando a produção familiar.


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