Estamos chegando ao final de um ano atípico. O ano de 2020 foi marcado pela pandemia e as consequentes crises econômica e social. Nosso objetivo hoje é destacar os principais resultados econômicos que nos foram disponibilizados pelas mais diferentes fontes no mês de novembro. Muitas dessas informações foram transformadas em boletins e notícias pelo Observatório do Fórum Empresarial de Inovação e Desenvolvimento do Acre, que nos servirão de fonte principal neste artigo. Os Boletins mais detalhados de alguns dos temas aqui abordados, podem ser consultados acessando a página do Observatório, no seguinte endereço: (https://forumdoacre.org.br/observatorio).
Inflação em alta
Logo no início do mês, no dia 4, o IBGE publicou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA de outubro, para a cidade de Rio Branco. A inflação foi de 1,37%, 0,18 ponto percentual (p.p.) acima da taxa registrada em setembro (1,19%). Foi o maior resultado em 2020 e o maior dentre todos os municípios e regiões metropolitanas pesquisadas. No ano, o indicador já acumula alta de 3,55%, são 1,33 ponto percentual acima da taxa Brasil (2,22%). Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta em outubro. A maior variação veio da Alimentação e bebidas (4,21%), dado preocupante porque é um indicador que atinge diretamente a população mais carente e já acumula no ano um crescimento de 14,20%.
Estabilidade no Comércio Internacional
No dia 6/11, o Ministério da Economia publicou os dados do mercado externo do mês de outubro. As exportações do Acre somaram US$ 2,58 milhões e as importações, US$ 0,16 milhão, com saldo positivo de US$ 2,41 milhões. No ano (jan a out), as exportações já totalizam US$ 28,90 milhões e as importações, US$ 2,01 milhões, com saldo positivo de US$ 26,89 milhões. Demonstrando dinamismo, a carne e os derivados de suínos, já representam 11,1% do total das exportações do ano. As exportações de madeira e derivados tiveram queda de 23,1%, quando comparadas com outubro de 2019, embora a sua participação ainda é a mais significativa frente aos demais grupos (40,4%). As importações, se limitaram a poucos produtos, sendo os 2 mais representativos: Telefones celulares (US$ 68.450 mil) e sulfatos (policloretos de vinila) (US$ 51 mil).
Comércio e Serviços seguem na luta pela recuperação
Em meados de novembro. o IBGE publicou os resultados do comércio varejista e dos serviços, referentes ao mês de setembro de 2020. O comércio varejista caiu 3,9% frente a agosto, o quarto pior desempenho dentre os estados da federação. Porém, em relação a setembro de 2019, ele cresceu 19,9%, terceira taxa positiva consecutiva. No acumulado do ano, o varejo registra um pequeno crescimento (1,4%), após cinco meses no campo negativo. Já o acumulado nos últimos 12 meses, o aumento é de 2,5%. No varejo ampliado, quando incluímos veículos, motos, partes e peças e material de construção, o volume de vendas caiu 1,6% em relação a agosto de 2020, depois de quatro meses de crescimento. Em relação a setembro de 2019, o comércio cresceu 24,5%, também a terceira taxa positiva consecutiva. No acumulado do ano, o varejo ampliado ficou estável (0,0%), após seis meses no campo negativo e no acumulado nos últimos 12 meses, aumentou 1,4%.
O Setor de serviços subiu 1,0% frente a agosto, o sétimo pior desempenho dentre os estados da federação. Em relação a setembro de 2019, os serviços caíram -8,9%. No acumulado do ano, o setor registra também uma queda de -9,6% e no acumulado nos últimos 12 meses a queda é de -8,3%.
Emprego com carteira assinada em alta
No final do mês (26/11), o Ministério da Economia divulgou os dados do emprego com carteira assinada para o mês de outubro, através do CAGED. O estado apresentou um saldo positivo de 860 empregos celetistas, mostrando aumento de 128% frente a setembro de 2020 (377). Esse resultado decorreu de 2.585 admissões e de 1.725 desligamentos. O saldo positivo de outubro indica que o emprego com carteira está em ampla expansão, apresentando saldos positivos desde maio. Os dados registraram saldo positivo no nível de emprego em todos 5 grupos de Atividades Econômicas: Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (11 postos); Indústria geral (23 postos); Construção (5 postos); Comércio (368 postos) e a atividade de Serviços que em está em ampla recuperação, apresentando um saldo de 453 empregos. No acumulado do ano de 2020, foi registrado saldo de 3.701 postos de trabalho, decorrente de 21.095 admissões e de 17.394 desligamentos.
Aumentou a taxa de desocupados, de informais e de desalentados
No outro dia (27/11) da divulgação das boas notícias sobre o emprego com carteira assinada, o IBGE publicou os dados sobre o mercado de trabalho em geral, que inclui tanto os empregos formais como os informais, através da PNAD Contínua Trimestral. Os dados publicados foram referentes ao terceiro trimestre de 2020. Seus resultados para o Acre, de certa forma, jogaram um balde de água fria sobre nossas expectativas de melhora do emprego trazido pela geração de empregos com carteira assinada. A taxa de desocupação do Acre, no período, foi de 17,1%, a segunda mais alta da série histórica iniciada em 2012. Foi a segunda maior taxa dentre os estados da Região Norte, ficando atrás apenas de Roraima (18,5%) e a oitava maior do país.
Enquanto a taxa de informalidade no Brasil chegou a 38,4% da população ocupada com 31,6 milhões de trabalhadores informais, no Acre a taxa ficou em 44,1%, com 128 mil trabalhadores na informalidade. O grupo com mais pessoas no setor informal são os empregadores e os que trabalham por conta própria que não possuem CNPJ, que correspondem a 60% de todos os informais, seguido pelos empregados no setor privado sem carteira assinada (24,2%).
A população desalentada, definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: 1. Não conseguia trabalho adequado, ou 2. Não tinha experiência ou qualificação, ou 3. Era considerado muito jovem ou idosa, ou 4. Não havia trabalho na localidade em que residia – e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga. No Acre, o número de desalentados no 3º trimestre de 2020 foi de 48 mil pessoas, correspondendo a 14,6% da força de trabalho no trimestre. No Brasil o percentual de desalentados na população na força de trabalho ou desalentada foi de 5,7%. O desalento pode indicar que boa parte das pessoas que perderam seus trabalhos, formais ou informais, por causa da crise da covid-19, provavelmente desistiram de procurar emprego e foram para fora da força de trabalho.
Arrecadação de Impostos dos tributos estaduais em ampla recuperação
Até outubro, o Acre acumula perda de mais de R$ 76 milhões de arrecadação de seus tributos em relação ao mesmo período de 2019. Conforme o Boletim de Arrecadação do CONFAZ, devido às medidas de distanciamento social implementados pelas autoridades, em função da COVID-19, o governo do Acre arrecadou 6,11% a menos de seus tributos, em relação ao mesmo período de 2019. Nota-se, porém, que a partir do mês de agosto a arrecadação vem, mês a mês, superando a arrecadação de 2019. A expectativa é que, até o final do ano a arrecadação possa igualar ou até mesmo superar o total arrecadado em 2019.
Analisamos 6 importantes indicadores da nossa economia que foram disponibilizados no mês de novembro. O recado dos números são ao nosso ver, os seguintes: 1 – que estamos aos poucos voltando à normalidade no desempenho do emprego formal, no comércio internacional, nos setores do comércio e dos serviços e na arrecadação dos tributos estaduais; 2 – que o ambiente que cerca a força de trabalho expresso nos preocupantes números do desemprego, da informalidade e do desalento, é extremamente preocupante e o 3 – que a inflação (expressa pelos números de Rio Branco), principalmente aquela do grupo dos alimentos, deixa uma grande preocupação em relação ao futuro próximo, principalmente para a população mais vulnerável.
Orlando Sabino escreve às quintas-feiras no ac24horas.
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