Diferentemente de outros políticos que se elegem com o olho espichado na próxima eleição, o prefeito eleito de Rio Branco (PP) vai dedicar-se integralmente ao mandato pelos próximos quatro anos.
Esse desprendimento pode ser exatamente a receita do sucesso de sua futura gestão. Na primeira entrevista dada com exclusividade ao ac24horas traduziu com firmeza o recado das urnas.
Relaciono aqui alguns pontos de suas declarações que revelam quem é Bocalom a partir de agora. Depois de quatro anos de gestão é possível prever que terá nascido um novo estilo ou movimento político em Rio Branco
Assim como surgiu o “lulismo”, “bolsonarismo”, “trumpismo”, “Kalumismo”, “vianismo”, ou o malufismo”, até pela excentricidade moderada, vem por aí o “bocalonismo”.
“O bocalonismo” nascente deve encarnar uma direita bem mais conservadora e sólida – não apenas eleitoral. Talvez seja cedo para conceituar, mas os partidários de Bocalom já estão nas ruas. O povo carece de líderes.
ALIADOS POLÍTICOS
Tião Bocalom deixou claro que agradece, respeita e será fiel aos líderes dos partidos que o ajudaram a chegar na prefeitura, mas que sua gestão não será dividida em feudos políticos com senadores, deputados federais, estaduais e vereadores. Todos terão participação à maneira Bocalom e não como se a prefeitura fosse a casa da mãe Joana.
ESCOLHA DE SECRETÁRIOS
O “critério político” não será prioridade na escolha dos secretários da administração Bocalom. Os partidos aliados podem até sugerir nomes, mas a escalação será puramente técnica sob sua lupa. Para ele, o resultado do trabalho produzido é político e beneficiará a todos. Ele confia que a boa gestão traz mais dividendos eleitorais do que a politicagem partidária de grupos dentro da prefeitura.
RELACIONAMENTO COM A CÂMARA
Acabou a “mamata” de vereadores aliados querendo entupir a prefeitura de cargos, bem como “sugerir” a contratação de empresas familiares para terem negócios com a prefeitura. Bocalom acredita que, com o povo ao seu lado, conseguirá convencer os parlamentares a apoiar suas iniciativas na Câmara Municipal acabando com o toma-lá-dá-cá das bases políticas formadas por coalisões, que levaram o PT nacional a cair em desgraça.
LONGE DA ESQUERDA
Prosseguindo com o movimento de coerência política que defende há cerca de 18 anos, Tião Bocalom não pretende trazer para sua gestão petistas ou ex-petistas. Diz respeitar muito os políticos e as pessoas do PT, porém, a questão é puramente ideológica, de coerência política e de programas de desenvolvimento que são opostos.
RELACIONAMENTO COM GLADSON CAMELI
Apesar das declarações de que almeja procurar o governador Gladson Cameli (PP) para parcerias, Tião Bocalom aspira em sua gestão ser politicamente o oposto de Gladson Cameli. É uma forma de consolidar sua liderança. Quer mais: que as pessoas vejam a diferença do “modus operandi político” dele para Cameli. Deverá haver uma concorrência saudável e democrática entre as duas gestões. Se Gladson conquista pelo carisma, Bocalom apetece pelo resultado.
GESTÃO AUSTERA
Tião Bocalom usou a palavra austeridade para definir sua gestão na primeira entrevista concedida ao ac24horas como prefeito eleito. Traduzindo para o português claro significa contenção de despesas, corte de gorduras e supérfluos. Com isso, ambiciona inovar na gestão municipal. Os secretários e assessores deverão se dedicar exclusivamente ao trabalho.