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Bocalom divide opiniões e arrisca popularidade ao sugerir voltas às aulas na pandemia

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Após comentário polêmico, Bocalom perdeu 4 pontos na mais recente pesquisa Ibope


O que poderia ser apenas mais uma entrevista corriqueira na campanha política do candidato à prefeitura de Rio Branco, Tião Bocalom (PP), acabou se tornando uma drástica tribulação após um comentário polêmico do progressista envolvendo sua posição favorável de volta às aulas da educação infantil em plena segunda onda de contaminação da Covid-19. A popularidade do candidato foi colocada em xeque num momento perigoso e altamente arriscado. A entrevista foi ao ar nesta semana, mais precisamente quatro dias antes do dia 29 de novembro, data em que ocorre a votação do segundo turno nas eleições municipais em Rio Branco.

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Rapidamente o caso tomou conta das redes sociais e dos principais veículos de comunicação da cidade. Apoiadores tiveram que se posicionar publicamente e o candidato, que até então mantinha cenário amplamente favorável e em alta na internet e pesquisas de intenção de voto, viu sua popularidade tomar rumo contrário ao afirmar que as crianças não têm tanto problema com a pandemia de Covid-19. “A gente sabe que precisamos pegar covid também pra poder ficar imunizado”, declarou ao jornalista Washington Aquino, apresentador do programa Café com Notícias, da TV5.


Durante a entrevista, o velho (ou novo) Boca preferiu não adotar as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e Ministério da Saúde (MS) sobre evitar aglomerações em espaços de convívio social em meio ao aumento de casos de infecção pelo novo coronavírus, e rechaçou as medidas e decretos impostos pelo governo municipal e estadual em decorrência da pandemia. Tião acredita que “o povo tem que trabalhar” e que, caso eleito, chamará o governador Gladson Cameli para “repensar esse protocolo”.


O comentário virou assunto nos quatro cantos da capital que respira o movimento político no ano inteiro. Não demorou muito para que seus adversários, em maioria apoiadores da candidata à reeleição, Socorro Neri (PSB), usassem o caso para criticar e se opor a Bocalom devido ao posicionamento tido como radical num momento delicado de pandemia. Nas redes sociais, há quem garante se manter como eleitor de Bocalom e quem afirma ter mudado de voto após o comentário.


Depois do episódio, o progressista usou seu perfil na internet para classificar os últimos acontecimentos como caso criado pelo “outro lado”. “Infelizmente o outro partiu para baixaria, divulgando fake news e até ofendendo nossa honra”, escreveu Bocalom, que se contaminou com a Covid-19 na reta final do primeiro turno e, inclusive, deixou de votar em si mesmo devido ao risco de transmissão do vírus e teve de assistir a apuração dos votos trancado dentro de casa.


Reflexos

Despontando na liderança de pesquisas de intenção de voto nas últimas semanas, Bocalom aparenta ter sentido o impacto da fala polêmica proferida na semana da eleição em segundo turno. Primeiro, baixou o percentual na pesquisa Ibope sobre a preferência do eleitorado em Rio Branco. Sete dias atrás detinha 65% de preferência, enquanto que nessa quinta-feira, 26, caiu para 61%.



A pesquisa ouviu eleitores até um dia depois da entrevista que culminou na polêmica do candidato, realizada entre os dias 20 e 26 deste mês, ouvindo 602 pessoas. Em comparação com o levantamento do último dia 20, o progressista perdeu 4 pontos e Socorro Neri ganhou 4, marcando 32%.


Outro fato que marca o pós-entrevista é o cancelamento de sua participação no debate que será realizado pela TV Acre nesta sexta-feira (27). Representantes do candidato afirmaram ao Blog do Crica que já teriam notificado a direção da emissora há 5 dias de que Bocalom não se faria presente por ter outra programação de campanha agendada para o horário.


Contratada pela Rede Amazônica, a pesquisa Ibope tem nível de confiança estimado de 95% e a margem de erro é de 4 pontos percentuais para mais ou para menos sobre os resultados encontrados no total da amostra. O levantamento está registrado no Tribunal Regional Eleitoral do Acre com o número AC-07824/2020.


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