Gosto da ideia de que o mundo é um grande palco e todos nós somos os atores. As eleições, por exemplo, são apenas peças apresentadas a cada dois anos. Tragédia ou comédia? Na verdade, as duas. Como as criadas pelos gênios gregos que nos deixam confusos vivenciando um emaranhado de sentimentos: amor, ódio, desprezo, compaixão. Tudo ao mesmo tempo. Disputa política é isso.
O conceito de que o processo eleitoral é ordenado, estruturado, organizado, democrático e por isso mesmo lógico e belo é falsa.
Eleição é paixão, instinto, sentimento. Recheada de corrupção, compra de votos, mentiras, enganos, rasteiras, golpes, traições…dionisíacas. É humana e não divina. Entre dez candidatos, talvez um seja eleito por outras condições que não seja dinheiro e paixão. Nesse contexto, falar em democracia é farisaísmo, é retórica. É a parte sofista que vive em nós discursando para o mundo.
Nessa peça recorrer as virtudes cristãs para convencer eleitores já se tornou um golpe clássico. Mas a maioria que apela para esses argumentos não sabe disso. Acredita piamente que foi ungido pelo próprio Deus para tal missão. Como contra-argumentar? Com o resultado das urnas!
Na peça tragicômica-eleitoral o final é sempre o mesmo, porém não deixa de ser interessante. Como bem explica a presidenta Dilma Rousseff, do PT, em uma de suas estranhas reflexões.
“Em uma eleição não existem perdedores nem vencedores; todos são perdedores ou são ganhadores”. É a parte cômica. A trágica é a de que, daqui a dois anos, teremos novas eleições que se repetem sucessivamente. E a vida segue nessa cartasse.
P. S. (Cartasse: purificação do espírito do espectador através da purgação de suas paixões, esp. dos sentimentos de terror ou de piedade vivenciados na contemplação do espetáculo trágico.)
Todo mundo é Bocalom
A enxurrada de candidatos derrotados atrás do Tião Bocalom está parecendo a fila da Caixa Econômica Federal no dia de pagamento da ajuda emergencial do governo federal. Uns por raiva e outros por uma oportunidade futura de emprego na prefeitura.
Como se estivesse
A diferença de mais de 47 mil votos entre o candidato Tião Bocalom e a prefeita Socorro Neri o coloca na condição de eleito. Na verdade, é necessário esperar o dia 29 para que as evidências se confirmem. Ninguém é eleito antes da hora.
Minoru vítima
O candidato tucano Minoru Kimpara foi vítima de um contexto de intrigas e de uma campanha difamatória colando a sua imagem a banda mais rejeitada do PT. É uma nova liderança e estará no jogo nas próximas eleições.
O destino de quem perdeu
Os candidatos a prefeito que perderam a eleição já têm no horizonte a disputa de uma vaga de deputado estadual nas eleições de 2022. Aliás, muitos preferem o parlamento ao executivo municipal que só tem problemas com o risco de visitas da Polícia Federal.
Distante do governo
Depois do resultado das eleições o MDB se distanciou ainda mais do governo. A meta do partido é a de se juntar com o senador Sérgio Petecão (PSD). Ao menos nisso, o deputado federal e o senador Márcio Bittar concordam.
“Paguei 21 cabos eleitorais para trabalharem no dia e nenhum deles voltou em mim, bando de gente falsa e fdp”. (Desabafo da candidata professora Evanice (SOLIDARIEDADE), que obteve 31votos)
. Eleição é assim mesmo:
. Venceu, vai trabalhar; perdeu, espera a próxima!
. O senador Márcio Bittar (MDB) anda injuriado, macambúzio, sorumbático, jururu.
. O PDT foi um dos partidos que mais cresceu nessa eleição.
. Traçou um rumo, um projeto e segue á risca com destreza e objetividade: chegar bem em 2022.
. O deputado Gerlen Diniz, candidato do PP derrotado em Sena Madureira, deve disputar uma vaga na Câmara Federal na próxima eleição.
. Na política é assim:
. Uns estão chegando e outros saindo.
. A eleição para a Câmara Municipal da capital teve uma boa renovação, é muito bom.
. A vereadora Lene Petecão (PSD) tem tudo para ser a futura presidenta da Mesa Diretora da Casa; tem larga experiência e prestígio político.
. O foco a partir de agora é a eleição estadual; deputados coloquem as barbas de molho que os novatos estão com gosto de gás.
. A propósito, se vencer a eleição Tião Bocalom pretende criar o Conselho de Desenvolvimento Econômico da cidade com a participação de Federações, sindicatos e trabalhadores.
. Não é a 51, mas é uma boa ideia!
. Se for amigo, não convide para ser candidato ou ocupar função pública para ordenar despesas.
. Prefeito disputar uma eleição aboletado no cargo é um sacrilégio contra a santa democracia; obra do sistema eleitoral corruto brasileiro.
. Chega!
. Bom dia!
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