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Doenças psicossomáticas e suas possíveis origens

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Foto: Ilustrativa 


Nesses últimos anos muito tem se falado sobre saúde mental e os cuidados que devemos ter em estabelecer uma base de equilíbrio em nossas vidas, em todas as áreas.

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No entanto, o que tem acontecido é a somatização cada vez maior de diversos sintomas, ocasionada por sofrimentos psíquicos, sendo manifestada no físico de cada indivíduo como a enxaqueca, queda excessiva de cabelos, alergias, baixa libido, unhas quebradiças, insônia, transtornos alimentares, dores musculares, gastrite, entre outros, acarretando a instalação de transtornos psicossomáticos.


Estes e outros sintomas são confundidos com doenças de causa orgânica e, por isso, é difícil que as doenças psicossomáticas sejam diagnosticadas, pois até o próprio sujeito portador desconhece o que sente ou nega-se a aceitar a condição de estar doente emocionalmente. Somente após sucessivos exames e investigações clínicas é que se chega a um diagnóstico deste transtorno.


Desta forma, a doença ou transtorno psicossomático provém da soma de vários sintomas emocionais que, ao se agrupar, transformam-se em uma doença física ou de fundo psicoemocional, cujas demonstrações tornam-se aparentes devido ao prejuízo acarretado para o indivíduo. O adoecimento e os sinais vão se manifestando pela descompensação do EU, ou seja, do interior de cada pessoa, assim como na aparência física e na instalação de uma doença orgânica.


Os vários estudos na área não apontam uma causa específica para tal transtorno, pois pode existir uma predisposição do sujeito em absorver de forma negativa tudo o que envolve a sua vida não conseguindo, assim, assimilar de maneira correta todas as situações ou vivências percorridas. O que se discute é que a pressão do trabalho, preocupações frequentes, violências sofridas e frustrações psicoemocionais podem favorecer uma ruptura com o equilíbrio mental do indivíduo, favorecendo significativamente o aparecimento de uma doença psicossomática.


A constância de sintomas manifestados depende do grau de comprometimento que o sujeito possa ter diante da sua vida, pois percebe-se que muitos indivíduos alimentam as queixas decorrentes dos sintomas vivenciados, devido à atenção dispensada aos cuidados externos por parte de outras pessoas envolvidas nesse processo. Os indivíduos que possuem como parte da sua personalidade característica desanimadora, impaciente e triste são os mais propensos a adquirir uma doença/transtorno psicoemocional.


A vida mental do sujeito está intrinsecamente relacionada com os aspectos físicos, tendo em vista que o nosso corpo fala e mostra sinais de que algo está errado. A negação ou fuga dos primeiros sintomas aumenta as chances de uma ruptura emocional acarretando danos físicos e visíveis no trabalho, no lar e na vida pessoal.


Alguns indicadores, quanto ao seu modo de perceber a vida e a si próprio, podem também ser desencadeadores de sintomas, como a percepção negativa de si mesmo e do mundo, estresses constantes e descontroles genéticos e fisiológicos.


Quando percebidos e analisados os sintomas, o indivíduo deve, em primeiro lugar, colocar-se em um profundo processo de reflexão do que o incomoda, o que o perturba e buscar a origem do problema, sabendo que não terá todas as respostas ou caminhos para a resolução deste, porém a própria mudança de pensamento favorecerá quanto aos aspectos físicos e emocionais sentidos. A ajuda de um psicólogo nesse contexto é muito compensador.


Outro ponto importante dentro dessa configuração psicossomática é o auxílio de mecanismos auxiliadores ao se deparar com um acontecimento ruim, como respirar profundamente diante do problema enfrentado. Parece inicialmente uma técnica sem sentido, mas a oxigenação do cérebro possibilita que o indivíduo ative determinados padrões comportamentais que o auxiliarão de maneira a tratar de forma mais leve o problema conseguindo, assim, amenizar os efeitos colaterais.


Por fim, devemos sempre lembrar que a busca de um equilíbrio mental é importantíssimo para que a vida emocional e todas as situações decorrentes dela possam ser mediadas e vivenciadas de forma mais tênue.

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Jirlany Marreiro da Costa Bezerra
Docente Mestre EBTT de Psicologia do Instituto Federal do Acre – IFAC


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