A construção de um centro administrativo com capacidade para reunir, em um único espaço, todas as principais repartições públicas do Estado em Rio Branco vive um impasse interno pouco explorado pela imprensa acreana, mas que vem acarretando uma movimentação intensa nos corredores do Palácio Rio Branco. A edificação da obra sofre uma interrogação em relação ao local de construção, após, na semana passada, Sindicato da Indústria da Construção Civil no Acre (Sinduscon), apresentar um anteprojeto ao governo sugerindo que o empreendimento seja levantado na região próximo ao Tribunal de Justiça e Polícia Federal, numa área de propriedade do Estado.
Ocorre, que o governo já trabalhava em um estudo adiantado para que a construção ocorresse na região do Bairro Irineu Serra, onde será construído um anel viário.
Orçado em mais de R$ 300 milhões, a obra tem previsão para início no verão de 2021, sendo que do valor total, R$ 115 milhões já estão garantidos através de uma doação do Banco do Brasil em contrapartida com o Estado para continuar gerindo a folha de pagamento de mais de 47 mil servidores, entre ativos, aposentados, pensionistas e estagiários. O valor garantido pelo Instituição Financeira garante ⅓ da obra que deverá demorar cerca de 3 a 4 anos para ser totalmente levantada.
Um dos benefícios com a construção do centro administrativo é a redução de gastos significativos com aluguéis de imóveis que hoje abrigam atuais repartições públicas. A iniciativa também resultará em maior comodidade aos cidadãos, uma vez que estará disponível, no mesmo espaço, a maioria dos serviços prestados pelas secretarias e a economia será aquecida durante o processo de construção, gerando centenas de empregos.
O projeto elaborado pelo executivo visando o empreendimento na região do Irineu Serra é baseado em estudos que nos próximos 10 anos existe uma tendência de crescimento para aquela localidade, o que não é bem visto por alguns empresários que investiram pesado na região que compreende a Uninorte, OAB/AC nos últimos anos inspirados do então governo do PT que havia sinalizado em fazer a construção próximo ao Ipê.
A área defendida pelo Sinduscon possui mais de 220 mil metros quadrados que serão divididos entre o prédio-sede do governo, blocos de secretarias, área comercial, edifício cultural com auditório, terminal de ônibus e estacionamento. A pedido do governador, até o fim do mês o projeto deve entrar em processo de licitação, mas ainda não se sabe será esse local o beneficiado pela obra.
Ao ac24horas, o secretário de Estado de Desenvolvimento Urbano e Regional – SEDUR, Vinicius Otsubo Sanchez, enfatiza que a decisão deve ocorrer nos próximos dias sobre o terreno deve ocorrer nos próximos dias, mas não adiantou qual seria a tendência de escolha do governo. “Teremos nos próximos dias uma decisão a respeito, mas levaremos em conta o que será melhor para a cidade”, frisou.
A reportagem apurou que existe tratativas de que caso o Centro seja construído no Irineu Serra, a área próxima ao Tribunal de Justiça receberia alguns aparelhos do Estado, como as Sedes da Procuradoria-Geral do Estado (PGE) e da Assembleia Legislativa do Estado do Acre. Existem também conversas de que caso a Unidade seja construída no Ipê, uma espécie de Centro Logístico Operacional seria construído no Irineu Serra, mas não existe orçamento e nem projeto para esta demanda ainda.
Independente do impasse, áreas de terras começaram a ser comercializadas na região do Irineu Serra com preços acima do mercado, já contando com a possibilidade da região ser valorizada com a obra. Em outras partes da região, ainda é possível comprar terrenos com valores irrisórios.