Foto: Secom/AC
Os impactos da pandemia sobre os rendimentos de setembro podem ainda ser medidos pelas diferenças entre a renda média efetivamente recebida e a renda média habitualmente recebida. No Acre, a renda efetiva média em setembro de foi R$1. 836,41, pelo menos R$103 a mais que a renda média habitual.
Os dados são do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e fazem parte do monitoramento regular feito sobre a renda dos trabalhadores brasileiros.
O dinheiro a mais na renda dos acreanos é o efeito do auxílio emergencial, um aporte que fez a diferença no auge da pandemia e do desemprego e que gradativamente diminui.
Em nível nacional, a análise dos microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Covid-19 de setembro revela que os rendimentos médios habitualmente recebidos foram de R$ 2.377, enquanto os efetivamente recebidos foram de R$ 2.154, ou seja, 90,6% dos rendimentos habituais, valor 1,2% acima do mês anterior.
Os trabalhadores por conta própria receberam efetivamente apenas 78,8% do que habitualmente recebiam (contra 76,7% em agosto), tendo seus rendimentos efetivos médios alcançado R$ 1.531.
Em setembro, no Acre, o percentual de domicílios que tinham apenas o auxílio emergencial como renda foi de 7,45% enquanto em maio, auge da pandemia, essa taxa era de 3,75%.
Já os trabalhadores do setor privado sem carteira assinada receberam efetivamente 88,1% do habitual. Trabalhadores do setor privado com carteira e funcionários públicos, por sua vez, receberam efetivamente em média cerca de 95% do habitual.
De modo geral, seja por região, Unidade da Federação (UF), posição na ocupação ou grupos demográficos, as diferenças entre a renda efetiva e a habitual foram menores que em agosto, mas diminuíram em um ritmo menor que o apresentado no mês anterior, relativamente a julho.
Os dados do Ipea mostram que 6% dos domicílios (cerca de 4,1 milhões) sobreviveram apenas com os rendimentos recebidos do auxílio emergencial (AE), proporção ligeiramente menor que em agosto. A proporção de domicílios exclusivamente dependentes do AE foi significativamente maior no Nordeste, ultrapassando os 12% no Piauí, na Bahia e no Maranhão.
Além disso, em média, após considerar o AE, a renda domiciliar ultrapassou em 4% a que seria observada com os rendimentos do trabalho habituais. Esse impacto foi maior entre os domicílios de renda baixa, em que, após o AE, os rendimentos atingiram 133% do que seriam com as rendas habituais. Entretanto, o aumento médio na renda domiciliar em virtude do AE foi um pouco menor que no mês anterior (R$ 392 contra R$ 401), já captando a redução do valor do AE que se iniciou no final de setembro.
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