Um tio muito querido, fundamental nas minhas três campanhas vitoriosas para deputado estadual, sempre puxava minhas orelhas quanto à forma com a qual eu me dirigia aos eleitores: sem mentir, sem gerar falsas expectativas e sem receio de dizer-lhes não.
Isso espantou muita gente durante as minhas campanhas.
Para meu tio, casa de político cheia de gente não significava necessariamente prestígio. Na maioria das vezes era gente acumulada na busca do cumprimento de promessas anteriores.
A promessa, segundo ele, cativava muitos eleitores e, por isso, não se cansava de repetir: “melhor uma esperança tarde do que um desengano cedo”.
Tem candidato, no entanto, que exagera na dose.
Os tais “projetos” não passam de um amontoado ideias mirabolantes totalmente desconectadas da realidade orçamentária. Em outras palavras: são produzidas em estúdios de gravação, sem qualquer fundamento técnico, na medida certa para decepcionar o eleitor.
No presente pleito, em seus programas eleitorais, os candidatos abriram o baú de soluções fáceis.
Roberto Duarte, com o aval do senador Márcio Bittar, está prometendo pavimentar 100 quilômetros de ruas nos dois primeiros anos de gestão e emprestar dinheiro a juros baixos para jovens empreenderem negócios.
Vale relembrar que em quase dois anos de mandato Bittar ainda não arranjou recursos para comprar sequer uma bomba para amenizar o sofrimento da falta d’água em Rio Branco, cuja gerência do Depasa é comandada por gestores indicados por ele.
Por acaso, alguém ainda lembra da Zona Franca ou da Zona de Processamento Livre Comércio que seria instalada no Acre, prometidas na campanha de deputado federal em 2010 pelo atual senador?
Jarbas Soster se compromete a levar cabos de fibra ótica para internet na zona rural, embora a telefonia esteja privatizada pela empresas Oi, TIM e Claro.
Jamil Asfuri promete a construção de pontes para resolver o problema do escoamento agrícola e a recuperação de todos os ramais.
Minoru Kinpara, do PSDB, tem projeto de gerar emprego e renda, mas sem detalhar se isso será implementado através empregos na administração municipal ou na atração de empresas para Rio Branco. Se estes empregos forem criados por meio de concursos público, é bom o candidato observar que as despesas com pessoal já estão no “limite do limite” da lei de responsabilidade fiscal.
Se forem por meio da atração de novas empresas, não custa lembrar que o Estado do Acre tem uma das mais avançadas leis de incentivos fiscais do país e nem assim empresas se implantaram aqui, por um motivo elementar: não se faz desenvolvimento por decreto governamental.
Bocalom reprisa o surrado “produzir para empregar, ainda que não seja difícil deduzir que a capacidade de intervenção de uma prefeitura como a nossa na produção é reduzidíssima.
Até o momento, Daniel Zen prometeu pouco, talvez por falta de quem possa acreditar no que um candidato petista diz.
Como sabe onde o sapato aperta, ou seja, o que o tamanho do orçamento municipal permite, Socorro Neri tem prometido o “feijão com arroz”. É, portanto, a mais ponderada nas promessas e isso se converte em confiança do eleitorado.
E mais: quem disputa eleição no cargo tem que se fiar naquilo que fez e na confiança que consiga transmitir.
Luiz Calixto escreve todas às quartas-feiras no ac24horas.
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