O que se observa até agora na disputa pela prefeitura de Rio Branco é que os candidatos estão passando ao largo dos verdadeiros problemas que a população gostaria de ver enfrentados e solucionados.
Existem ruas que precisam ser melhoradas, o transporte coletivo deixa a desejar, os postos de saúde não oferecem atendimento eficaz, por exemplo.
Ainda assim, entre tantas outras deficiências que afligem a população e a própria municipalidade, os partidos e seus candidatos estão mais preocupados com a sucessão de Gladson Cameli em 2020, sendo a prefeitura a alavanca para este intento.
É necessário reconhecer que Gladson Cameli foi extremamente generoso com os partidos da coligação que o levou ao Palácio Rio Branco.
Todos, sem distinção, foram muito bem gratificados. Diferentemente do PT, que nunca aceitou indicação de partidos diversos para cargos importantes, Gladson Cameli abriu a mão e concedeu aos aliados participação jamais vista na história política do Acre.
Ocorre, todavia, que os indicados pelos partidos da coligação, além de não darem conta do recado, agiam, e alguns ainda agem, como peças de um governo paralelo, como se fossem independentes da estrutura e da autoridade governamental.
A rigor, os partidos tentaram fazer uma administração plurigovermental.
Talvez a causa principal dessa dispersão tenha sido os partidos supostamente aliados tentarem negar o protagonismo e a força de Gladson na definição do candidato oficial da coligação. Queriam tê-lo apenas como financiador e cabo eleitoral de um Mateus que não fora parido por ele.
Insatisfeitos com a habilidade política do governador em não aceitar o cabresto, todos se uniram para derrotá-lo e, dessa forma, enfraquecê-lo na busca de sua reeleição.
Ocorre que Gladson Cameli faz uma aposta muito mais ousada: no lugar de ficar na acabrunhado na janela, vendo a banda passar, decidiu turbinar a candidatura à reeleição da prefeita Socorro Neri.
Com chances reais de sucesso, Gladson Cameli pode antecipar a vitória de 2022, levando muita gente a concluir que de besta ele só tem o andado.
Luiz Calixto escreve todas às quartas-feiras no ac24horas.
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