Nosso tema de hoje é o Agronegócio. Vamos trazer alguns números desse importante setor da economia acreana e as expectativas de produção para o ano de 2020. Vamos iniciar situando o setor no contexto da economia acreana. Conforme os últimos dados, o Produto Interno Bruto – PIB do Acre, em 2017, somou R$ 14,3 bilhões a preços correntes. Já o Valor Adicionado Bruto – VA, também a preços correntes, que corresponde à diferença entre o valor bruto da produção e o consumo intermediário, foi de R$12,8 bilhões. O VA da agropecuária, foi de R$ 1,3 bilhão, correspondendo a 10,46% do VA bruto total. Portanto esse é o montante de quanto o setor agregou para a economia acreana em 2017. Acredito que nos próximos números do PIB acreano, teremos uma maior expressividade do setor na nossa economia, dado os investimentos realizados nos últimos anos.
Conforme o Censo Agropecuário de 2017, publicado em outubro do ano passado, o Acre possuía 37.343 estabelecimentos agropecuários, ocupando uma área de 4,2 milhões de hectares. Quase a metade dos estabelecimentos (47%) eram estabelecimentos entre 100 e 1.000 hectares e somente 19,1% deles eram de até 100 hectares. As grandes propriedades, aquelas com mais de 1.000 hectares, representavam 34% dos estabelecimentos. Um outro dado importante trazido pelo censo é que, 47,8% da área total dos estabelecimentos rurais do Acre está concentrada em somente 3,7% dos estabelecimentos.
A agropecuária ocupava 124.894 pessoas em seus estabelecimentos, uma média de 3,3 pessoas por estabelecimento. Das pessoas ocupadas, 71,6% eram pretos ou pardos e 78,4% deles não foram além no nível fundamental em termos de escolaridade. Somente 6% dos estabelecimentos utilizam tratores, máquinas ou equipamentos em suas atividades produtivas.
O Agronegócio já é muito representativo nas exportações acreanas para o mercado internacional. Até setembro de 2020, dos 26,305 milhões de dólares exportados, R$ 12,196 milhões são produtos de origem animal e vegetal, correspondendo a 46,4% de tudo o que foi exportado pelo Acre no ano. A Pecuária representa 75,9% de tudo o que é exportado pelo setor (R$ 9,256 milhões de dólares). Registro que os produtos de origem vegetal estão aumentando a sua representatividade, já somando, no período, R$ 2,940 milhões de dólares, 24,1% das exportações do Agronegócio.
A tabela abaixo mostra os dados da previsão dos principais produtos da produção vegetal do Acre, realizado para agosto de 2020, divulgados no dia 10/9 pelo IBGE, através do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola – LSPA. Como podemos observar, somente a soja e o café tinham previsão de aumento da produção. Números extremamente preocupantes, dado as prioridades que estão sendo dadas pelo atual governo do Acre. No entanto, recentemente a representação local do IBGE emitiu uma nota técnica, onde destaca que as estimativas da produção agrícola do Acre constante no LSPA, referente a safra de 2019, que tem servido de base de referência para comparações com a safra 2020, por questões operacionais local, não teve suas etapas devidamente concluídas até dezembro do referido ano, o que gera uma distorção em relação à variação da produção da safra de 2020 em relação a de 2019. A nota esclarece ainda, que com a publicação dos dados da PAM 2019, que ocorreu no dia 1 de outubro, os dados reais de 2019 seriam disponibilizados, a partir da qual, serviriam de base real de comparação com os resultados conjunturais da LSPA 2020.
Conforme a Pesquisa Trimestral de Ovos de Galinha do IBGE, publicada no dia 10/9, no segundo trimestre de 2020 o número de cabeças de galinhas poedeiras nos estabelecimentos agropecuários do Acre era de 232.508, um crescimento de 11% em relação ao mesmo trimestre de 2019. A quantidade de ovos produzidos se manteve estável em relação ao segundo trimestre de 2019, alcançando uma produção de 1.325 mil dúzias no trimestre. Já a Pesquisa Trimestral de Leite apontou que, no segundo trimestre de 2020, houve uma redução de 2,9% em relação ao segundo trimestre de 2019, uma redução de 88 mil litros.
A Pesquisa Trimestral de Abate de animais, referente ao segundo trimestre de 2020 aponta para uma queda, tanto no número de cabeças abatidas (14,1%), quanto no peso total das carcaças (13,1%) de bovinos, em relação ao mesmo período de 2019. Observou-se também uma queda em relação ao primeiro trimestre de 2020, de 15,7% para o número de cabeças e de 12,3% para o peso das carcaças.
Quanto à produção de suínos, a referida pesquisa demostrou um crescimento no número de cabeças abatidas de 7,6% no segundo trimestre em relação ao primeiro, embora com uma pequena queda em relação ao peso das carcaças (0,8%).
No cenário da crise epidêmica, estudos mostram que a percepção global do Brasil como fornecedor confiável deve ser impulsionada por seu forte desempenho como produtor de alimentos. Agricultores e empresas tiveram seus modelos de negócios severamente testados e aprenderam lições valiosas que os levarão a uma maior força e resiliência no futuro. O Acre deve aproveitar o cenário para ampliar as suas potencialidades e se firmar cada vez mais nesse importante mercado.
Orlando Sabino escreve às quintas-feiras no ac24horas.
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