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Moradores de São Paulo acionam MPF para impedir doação de ponte de ferro ao Acre

Por
Sandra Assunção

O governador Gladson Cameli recebeu doações do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e quer trazer para o Acre três pontes das cidades de Jardinópolis (SP), Ponta Grossa (PR) e Iaçu (BA), para serem reinstaladas nos municípios de Sena Madureira, Xapuri e Rodrigues Alves. O próprio DNIT confirmou, após vistoria técnica, a possibilidade de as pontes serem reutilizadas no Acre com os reparos necessários. Ocorre que uma ação impetrada por moradores de Jardinópolis e Ribeirão Preto, onde está a ponte e o Instituto História do Trem, denuncia o caso ao Ministério Público Federal de São Paulo para impedir a vinda da estrutura para o Acre.


Eles alegam que “a ponte não é só material de base para outra estrutura, e sim, parte da história da formação daquela região paulista , por onde passava o café e outras riquezas”. A ponte ferroviária que está em São Paulo, de cerca de 120 metros, que dava passagens aos trens sobre o Rio Doce, seria remontada como ponte rodoviária e instalada no Rio Juruá, na travessia entre Cruzeiro do Sul e Rodrigues Alves.


Nesta terça-feira, 6, o governador Gladson Cameli se reuniu em Brasília com os generais que compõem o Departamento de Engenharia de Construções (DEC), na sede do Quartel General do Exército e solicitou apoio logístico ao general Júlio César de Arruda, chefe do DEC, para o desmonte, transporte e montagem de três pontes de ferro para o Estado.


Cameli explicou aos generais as dificuldades dos moradores dos municípios que receberão as pontes. “O que está inservível para outros estados, para nós será de grande valia, para aliviar o sofrimento daquelas populações que têm que atravessar o rio diariamente em canoas e seus carros nas balsas precárias”, disse o governador.


Porém, o MPF de São Paulo solicitou a imediata paralisação do processo de desmontagem e doação da ponte de ferro histórica. Os argumentos são de que as futuras gerações não entenderão o esforço da construção da ponte nos anos de 1900 e que a remoção da estrutura prejudica projetos turísticos que estão em implementação no entorno, como o parque linear em Jardinópolis. E ainda que a ponte deverá integrar as atividades de um futuro museu em Ribeirão Preto.


O general Arruda orientou ao governador Gladson Cameli que, enquanto não se viabiliza a construção ou a reinstalação de pontes nos locais citados, o governo estadual pode solicitar ao Ministério da Integração a instalação de pontes provisórias, iguais às usadas pelo Exército nas situações de emergência.


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Sandra Assunção

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