Com 413 focos de queimadas detectados pelo satélite de referência AQUA Tarde, que fornece imagens o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Acre foi o terceiro estado do país a apresentar mais registros nas últimas 48 horas.
Quatro municípios acreanos figuraram entre os 10 do país que mais registraram focos de queimadas nesse período. Brasiléia foi o quinto colocado (65), seguido de Sena Madureira em sexto, (63), Rio Branco em sétimo (59) e Xapuri em oitavo (50).
Os quatro municípios acreanos juntos somaram 33,8% do total de focos acumulados pelos 10 municípios que mais registraram ocorrências em todo o país. O primeiro colocado foi Lábrea, no estado do Amazonas, com 123 focos de calor.
No ano, de 1º de janeiro a 20 de setembro, o Acre tem 6.728 focos de queimadas, 12% a mais que o mesmo período do ano passado, que teve 5.970 focos. Esse volume também é o maior para o período desde o início da série histórica, em 1998.
Polêmica
Neste fim de semana, a Polícia Federal acusou o Inpe de provocar desinformação contra novas iniciativas para não perder a hegemonia da narrativa e do conhecimento do desmatamento no Brasil. A informação foi divulgada inicialmente na coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo.
Análise qualitativa
Na semana passada, o vice-presidente da República Hamilton Mourão também demonstrou insatisfação, em um artigo publicado em uma rede social, com os dados gerados pelo Inpe. Presidente do Conselho da Amazônia, Mourão disse ser importante que os dados do instituto passem por uma “análise qualitativa”.
“É importante que os dados sejam transparentes, contudo, submetidos a uma análise qualitativa por meio de processo inteligente, levando a ajustes e correções, necessários para o combate à ilegalidade e para que a informação produzida seja a expressão da verdade”, afirmou.
Satélite obsoleto
O Inpe admite que o satélite AQUA_M-T (Manhã-Tarde), usado como referência pelo órgão, ultrapassou em muito sua vida útil de 6 anos. Lançado em 2002, o satélite deveria ter sido trocado em 2008, mas até hoje segue em funcionamento. A informação no site do Programa Queimadas, publicada pelo próprio Inpe.
“Quando o satélite AQUA deixar de operar, o que é esperado em futuro próximo, pois ultrapassou em muito sua vida útil prevista de seis anos, o satélite de referência passará a ser o NPP-SUOMI (Sensor VIIRS) da NASA+NOAA DoD dos EUA”, informa o órgão na seção de ‘perguntas frequentes’ do Programa Queimadas.