Um levantamento realizado pelo projeto Monitor da Violência, uma parceria do G1 nacional com o Núcleo de Estudos da Violência da USP e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quarta-feira, 16, mostra um título triste e vergonhoso para o Acre.
O estado é novamente “campeão” de feminicídio no país. Nos seis primeiros meses de 2020, o Acre teve 8 casos, contra 3 no mesmo período do ano passado. O aumento de quase 170% é a maior taxa entre todos os estados do Brasil.
É do Acre também a maior taxa de mulheres mortas por feminicídio, que é de 1,8 a cada 100 mil habitantes. O número é o mais do que o dobro da média nacional, que é de 0,6 a cada 100 mil mulheres.
Um dado chama a atenção no levantamento. É que apesar de ser o estado com a maior alta de feminicídios, o Acre foi o estado que apresentou a maior queda nos registros de lesões corporais em relação a violência doméstica: 38,6%. Infelizmente, de acordo com o estudo e confirmado pelo próprio governo, se trata de subnotificação. De acordo com a publicação o governo declarou que “a redução dos serviços da rede de atendimento presencial e a falta de informação dos canais de denúncia também são fatores que fizeram com que as vítimas fossem impedidas de pedir socorro”.
Em todo o Brasil, foram registrados no primeiro semestre, 631 feminicídios, que é o crime quando as mulheres são mortas pelo único motivo de serem mulheres.
Já o total de assassinatos de mulheres no país foi de 1.890 mulheres. Se comparado ao ano passado, o aumento foi de 2%.
No quesito de assassinatos em geral de mulheres, o título também fica na nossa região. Rondônia tem a maior taxa, com 4,4 homicídios para cada mil mulheres. Rondônia foi também o único estado do país em que aumentou o número de estupros este ano.