Dia desses, li uma postagem de um aguerrido militante do MDB em que ele tentava demonizar a prefeita Socorro Neri, impingido-lhe o rótulo de “comunista”, pelo simples fato dela ter sido eleita como vice do candidato do PT.
Cá com meus botões, fiquei a imaginar: ou essas pessoas são completamente loucas ou pensam que nossa memória é fraca ou desprovida de qualquer conhecimento histórico.
Não bastasse o MDB ter composto como vice e mandado nos ministérios mais importantes do governo Dilma Rousseff, o partido carrega em sua bonita história o fato de ter sido o guarda-chuva de todos os partidos cujos comunistas eram obrigados pela ditadura a viver na clandestinidade.
Escrevo isso com desgosto de ver o curso do processo de emburrecimento político e cultural através dos escritos e da boca de serviçais que sequer largaram os cueiros para se apresentarem como profundos conhecedores da política brasileira.
É muita gente viciada posando de “moderninho”.
São os tolos com amnésia.
Qualquer elemento, sem o menor embasamento, abre a boca para aplicar rótulos com intenções pejorativas.
Se antes o apartheid era o dueto petista “ nós e eles”, em tempo de Bolsonaro a moda é taxar adversários de comunistas.
Numa disputa eleitoral de caráter municipal o povo quer distância dessa disputa ideológica burra e insana.
O interesse maior é saber como serão conduzidos os serviços de limpeza pública, qual a eficiência dos postos de saúde e do transporte coletivo etc.
Fato é que a atual prefeita parece ter gostado do posto e se cacifou como favorita para um novo mandato, desta vez por inteiro, e, ainda, com a vantagem de ter conquistado a força do apoio do governador Gladson Cameli.
Diante de tanta estupidez, sou levado a duas conclusões: ou esses tais “liberais” são tolos ou os comunistas são burros: basta lembrar que o vice de Lula foi um dos maiores capitalistas do Brasil, o industrial e político Jose de Alencar.
Ou, se preferirem, que vários petistas, começaram a carreira política quando o emedebista Flaviano Melo foi prefeito de Rio Branco e governador do Acre.
Aliás, aproveito para finalizar estas linhas para revelar que o meu primeiro voto para deputado estadual foi cravado num verdadeiro comunista eleito pelo MDB, o deputado Manoel Pacífico, um ex-padre que mobilizava com maestria os movimentos sociais.
Luiz Calixto escreve todas às quartas-feiras no ac24horas.
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