Foto: ac24horas.com/Sérgio Vale
Desde o início da série histórica, em 1998, apenas no ano de 2005, o estado do Acre teve mais focos de queimadas acumulados em um mês de agosto quanto em 2020.
No ano do maior desastre ambiental da história do estado, foram registrados no mês de agosto 7.669 focos de queimadas. Em 2020, o “mês do fogo” teve 3.578 ocorrências contra 3.051 em 2019.
Em 2005, cerca de 30 mil hectares de vegetação foram destruídos pelo fogo dentro da Reserva Extrativista Chico Mendes. Aquele ano terminou com a maior marca da série histórica: 15.993 focos de queimadas no Acre.
No intervalo de 1º de janeiro até 5 de setembro deste ano, o Acre teve 4.173 focos de queimadas, 5% a mais que no mesmo período do ano passado, quando foram detectados 3.968.
Os municípios de Feijó, Tarauacá e Manoel Urbano foram os que apresentaram o maior número de focos de queimadas acumulados de 1º de janeiro até 5 de setembro.
Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), com base nas informações do Satélite de Referência AQUA Tarde, que passa diariamente pelo Acre no período vespertino.
Emergência
A situação das queimadas, somada ao alerta de seca severa do rio Acre, levou o governo a decretar emergência ambiental no estado. O decreto foi publicado no Diário Oficial na última terça-feira, 1º, 23 dias mais cedo que no ano passado.
Um combo formado pela diminuição do nível dos rios, baixa umidade relativa do ar, elevação no número de queimadas e a crise gerada pela pandemia de covid-19 tornou a situação muito mais grave em 2020.
De janeiro a agosto deste ano, o Acre registrou mais de 6 mil casos de doenças respiratórias, segundo informações da Secretaria de Estado da Saúde (Sesacre).