De acordo com os comerciantes que trabalham em um dos pontos mais tradicionais da capital acreana, a situação é insustentável. Isso tudo por conta da onda de assaltos aos comércios localizados no Novo Mercado Velho que em tempos sem a pandemia, é um dos principais destinos do morador de Rio Branco para um bom bate-papo, principalmente nos finais de semana.
Além dos prejuízos causados pelo isolamento provocado pela pandemia que deixou os comércios fechados por vários meses, ainda tem a onda da violência que assusta.
Na tarde desta segunda-feira, 24, os comerciantes fizeram uma reunião onde, mesmo revoltados, já que por causa da pandemia estão há muitos meses apenas amargando prejuízos, decidiram que vão contratar dois seguranças para o período noturno. Em um documento que chama os comerciantes para uma reunião, são citados os crimes mais comuns que têm acontecido na região: assaltos de celulares, bolsas e arrombamentos.
“Nós comerciantes não aguentamos mais. Cada dia que passa tem assalto às lojas. Hoje mesmo uma senhora teve a bolsa levada por um bandido em plena luz do dia. Vamos propor ao governo que feche a passarela no período da noite. Os bandidos estão vindo de motos pela passarela e arrombando nossas lojas. Queremos que algo seja feito, não podemos ficar a mercê da bandidagem”, diz Raimundo Nonato da Silva, o famoso “Dr. Raiz”, um dos comerciantes mais tradicionais e conhecido de Rio Branco.
O ac24horas procurou a polícia militar para falar sobre a alegada falta de policiamento em uma região central de Rio Branco denunciada pelos comerciantes. O major PM Luck Jonisson, lotado no 1º Batalhão é o responsável pelo policiamento ostensivo na área do centro, bosque, canal da maternidade, calçadão e mercados. Ele conta que não há falta de policiamento na área central. “Nós temos três viaturas distribuídas nessa região durante 24 horas. Há um policiamento específico na madrugada, voltado à área comercial. Nossos policiais, inclusive, são orientados a ouvir os comerciantes para fazer um trabalho melhor”, diz Luck.
O major PM afirma que o grande problema são os moradores de rua que seriam os responsáveis por esses crimes. “Muitas vezes são presos, conduzidos para delegacia e por força da lei são soltos. São pessoas doentes, viciadas, que ficam nas ruas pelas madrugadas. Nós fazemos nosso trabalho. Prendemos, mas depois ficam livres causando a sensação de impunidade. Vamos planejar novas estratégias e é questão de tempo essas pessoas responsáveis por esses crimes sejam presas. Vamos conversar com os comerciantes e nos aproximarmos ainda mais deles para garantir a segurança”, afirma.