Os números mais impactantes de uma pandemia são, naturalmente, os negativos. Os dados relacionados aos casos graves, de internações e intubações em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), além das mortes, são os que chocam e repercutem, apesar desse cenário desolador nem sempre contribuir para as medidas de prevenção.
No entanto, paralelamente à tragédia de uma epidemia mundial de um vírus letal também existem os números positivos relacionados às vidas salvas de pessoas que venceram a luta contra o inimigo invisível. No Acre, esses sobreviventes já somam quase 80% do total de infectados e outros ainda seguem na luta pela cura.
Um dos momentos gratificantes da luta de pacientes e profissionais de saúde pela preservação da vida durante essa pandemia aconteceu em Xapuri, no dia 22 de julho passado, quando o senhor João Honório Matias, de 101 anos, recebeu a alta médica depois de mais de 15 dias de isolamento domiciliar lutando contra a covid-19.
Até o momento, dos 23.322 casos confirmados no Acre, 18.601 (79,7%) pacientes receberam alta por já ter cumprido os 14 dias e não estar mais apresentando os sintomas da doença. Contudo, 595 óbitos foram registrados no estado, com o município de Rio Branco apresentando o maior número: 377 mortes.
A maioria dos casos positivos de covid-19 no estado do Acre, segundo os dados da Secretaria Estadual de Saúde, estão evoluindo sem complicações, não necessitando de internação, apenas com indicação de isolamento domiciliar por 14 dias para tratamento e recuperação.
Até a presente fase da pandemia, o Acre apresenta um coeficiente de mortalidade de 68,0 óbitos por 100 mil habitantes e de letalidade de 2,6%, sendo que o maior coeficiente de mortalidade se verifica no município de Assis Brasil (121,3/100 mil habitantes) e de letalidade em Rodrigues Alves (4,3%).
Com relação aos óbitos registrados no estado até a última atualização do Boletim Sesacre, 413 casos (69,4%) foram de pessoas com idade superior a 60 anos. De acordo com o gênero, 363 óbitos (61,0%) são de pacientes do sexo masculino e 232 (39,0%) do sexo feminino.
Por fim, dentre os 595 pacientes que perderam a luta contra o coronavírus, 400 (67,2%) deles tinham a confirmação de alguma doença preexistente, enquanto 195 (32,8%) das pessoas que evoluíram para morte não apresentavam qualquer histórico de comorbidades.