A Federação de Religião de Matriz Africana do Estado do Acre – FEREMAAC – divulgou uma nota pública nesta quinta-feira, 20, esclarecendo que o homem preso em Xapuri na última terça-feira, 18, acusado de violentar sexualmente uma adolescente menor de 14 anos não é pai de santo, como o próprio suspeito se autodenominava.
A entidade informou que tomou conhecimento pela Internet das supostas acusações de violência sexual contra uma adolescente, feitas por suposto pai de santo, no município de Xapuri e afirmou que o acusado não é reconhecido pela FEREMAAC como sacerdote de religião de matriz africana no Acre.
A FEREMAAC disse ainda que reprova veementemente tal ato, que não condiz com os princípios religiosos e morais da instituição, que se solidariza com a família da vítima e que se coloca à disposição para qualquer informação. A nota é assinada pelos presidentes do Conselho dos Mais Velhos, Pai Adélio, e da FEREMAAC, Pai Célio.
A ialorixá Awraomin, dona do único terreiro que representa as religiões de matriz africana em Xapuri, também se manifestou sobre o fato e afirmou que o acusado preso é um charlatão que suja o nome de uma religião que cultua a natureza e que é uma herança dos ancestrais negros.
“Eu sou uma ialorixá, eu sou uma mãe de santo, e não posso ser igualada a esse rapaz, que não é pai de santo. Ele é um charlatão que não pode ser associado à religião de matriz africana, que cultua a natureza em si, que os nossos ancestrais negros deixaram e que resiste até hoje.
Um homem de 45 anos foi preso na tarde da última terça-feira, 18, pela Polícia Civil de Xapuri, depois de ser acusado de estuprar uma garota de 14 anos durante um “trabalho espiritual”. Ele se dizia pai de santo e prometia a cura para problemas dessa natureza.
Segundo a polícia, o suspeito convidou a vítima para ir até um local chamado “Casa de Exu”, nos fundos de uma residência onde realizava reuniões espíritas. Durante o procedimento, ele teria praticado o crime de violência sexual contra adolescente.
O delegado Bruno Coelho, titular da Delegacia Geral de Xapuri, não descartou que existam outras vítimas do suspeito. Ele orientou mulheres que tenham passado por situação semelhante a procurar a polícia ou denunciar pelo número 190 de sua cidade.
O homem teve decretada a sua prisão preventiva e responderá pelo crime de estupro de vulnerável, previsto no Artigo 217-A do Código Penal. Se comprovada o crime, ele poderá ser condenado a uma pena que varia de 8 (oito) a 15 (quinze) anos reclusão.
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