A pensionista Alberlene da Costa Silva, que sobreviveu ao acidente ocorrido na BR-364 envolvendo o deputado estadual Luís Gonzaga, teve alta nesta quarta-feira, 19, do Hospital do Juruá e já está em casa, em Cruzeiro do Sul. Sua cunhada, Sonia Oliveira da Silva, não resistiu e morre no mesmo instante do acidente. Com braço, perna, clavícula e dentes quebrados, ela diz que o deputado Gonzaga não prestou assistência no funeral e enterro da cunhada, nem buscou saber notícias suas, que está precisando de medicamentos e de alimentação especial, uma vez não pode mastigar por ter perdido dentes.
“Ele não ligou, não mandou ninguém vir aqui, nem nada”, afirma Alberlene. Sobre o dia do acidente, a mulher conta que ela e a cunhada estavam numa motocicleta em direção à Vila Lagoinha em baixa velocidade, porque, segundo ela, a moto estava com pouca gasolina.
“A Sônia disse que a moto tinha pouca gasolina e ainda paramos duas vezes, mas seguimos bem devagar. Passamos de um caminhão e íamos pela lateral, aí só senti a batida. Eu não me abaixei pra pegar nada e cai com minha mochila nas costas. Lá, na hora, eu estava machucada, fiquei em choque e não vi o deputado não, nem soube que minha cunhada tinha morrido. Só me disseram no hospital”, garante.
A mulher ressalta estar muito preocupada com os 3 filhos que a cunhada Sônia deixou, entre eles um menino com síndrome de down. “Ela cuidava dele com todo cuidado e agora o pai vai ter que trabalhar e cuidar dos filhos ao mesmo tempo. Não sabemos como será”, enfatiza, afirmando que a família conta com um advogado para atuar no caso. Alberlene confirma que apesar de ter a moto há muito tempo, Sônia não tinha Carteira de Habilitação.
O advogado Efraim Santos da Costa não tem ainda procuração para representar a família, mas já presta assessoria jurídica para as vítimas. Ele diz que a Polícia Civil apura o caso, mas que a sobrevivente Alberlene ainda não foi ouvida. Ele aguarda até o final dessa semana para ter acesso ao Laudo Pericial do acidente e só depois saberá qual medida jurídica vai tomar. “Cabe indenização porque a Sônia tinha um filho com down e a senhora que sobreviveu está impossibilitada, por exemplo, de trabalhar algum tempo e tem um filho menor”, conclui.
O coordenador da Polícia Civil de Cruzeiro do Sul, delegado Vinicius Almeida, argumentou que o inquérito está sob responsabilidade do colega Lindomar Ventura e que “tudo é apurado com imparcialidade”.
O ac24horas procurou o deputado Luís Gonzaga, que está na estrada retornando de Cruzeiro do Sul para Rio Branco. Ele ainda não retornou as mensagens da reportagem, porém a assessoria do parlamentar garante que Gonzaga havia destacado duas pessoas para providenciar o funeral e sepultamento de Sônia Oliveira da Silva bem como assistência para e Alberlene da Costa Silva, mas uma pessoa da prefeitura de Cruzeiro do Sul tomou à frente quanto as providências nos dois casos.
“Uma pessoa da prefeitura tem ligação com a família e tomou as providências portanto a família não ficou desamparada”, informou um assessor, afirmando que na hora do acidente Gonzaga permaneceu no local e em seguida foi à Delegacia Geral prestar depoimento.
Quanto a procurar a família, segundo o assessor, Gonzaga aguarda que “os ânimos estejam menos exaltados”.
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