Desde quando a série histórica da contabilização de informações de óbitos dos Cartórios de Registro Civil foi iniciada, em 2002, o mês de julho de 2020 foi aquele em que o Brasil registrou o maior número de mortes, de acordo com dados do Portal da Transparência do Registro Civil, plataforma administrada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil).
Foram 133.620 registros de óbitos realizados nos Cartórios do Brasil durante o mês de julho de 2020 – 11,5% a mais do que o computado no mesmo período de 2019, quando houve 119.837 falecimentos. O recorde também é confirmado na pesquisa histórica Estatísticas do Registro Civil, do IBGE, que também utiliza como fonte primária os dados dos Cartórios brasileiros.
Os dados consultados são provenientes dos registros de óbitos realizados em Cartórios de Registro Civil brasileiros. O Portal da Transparência é atualizado diariamente desde 2019, de acordo com o envio das informações pelos Cartórios. Já o IBGE cataloga os dados anuais do Registro Civil e os disponibiliza em seu site sempre no final do ano seguinte.
No ano de 2018, o Brasil registrou 110.046 óbitos durante o mês de julho. Em 2017 e 2016 foram 92.603 e 87.432 mortes no mesmo mês, respectivamente. O crescimento também é verificado quando comparados os números de julho com os dos meses anteriores, neste mesmo ano de 2020.
Em junho, o Brasil havia registrado 131.475 óbitos; no mês de maio, foram 129.979 mortes no total. Em abril, os Cartórios de Registro Civil realizaram 112.610 registros de óbito; em março, foram 104.821 registros e, em fevereiro e janeiro, ocorreram 91.671 e 109.005, respectivamente. No total, o país teve 813.181 óbitos até o final do mês de julho de 2020.
A pandemia do novo coronavírus teve importante papel no aumento do número de mortes verificado no último mês de julho com relação a qualquer mês anterior. Do total de óbitos registrados em Cartórios de Registro Civil no período, 119.990 ocorreram por causas naturais – ou seja, excluem-se aquelas consideradas violentas e que são decorrentes de causas externas como traumas, acidentes, e assassinatos, entre outros. Desse número, 48,4% dos óbitos (58.023) foram causados por doenças respiratórias – dentre elas, a Covid-19 que, sozinha, causou 27.744 mortes no mês.
Com informações da Assessoria de Imprensa da Arpen-Brasil.