A taxa de desocupação do Acre foi de 14,2% em junho, um aumento de 1,4 ponto percentual em relação a maio (12,8%). A proposta de hoje é tecer alguns comentários sobre os efeitos econômicos da pandemia no Acre, principalmente os seus efeitos no emprego e na renda do trabalhador. A base de dados utilizados é o da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD COVID19) e fazem parte das Estatísticas Experimentais, publicados mensalmente pelo IBGE.
Como pode ser observado no gráfico abaixo, em junho, no Acre, a população na força de trabalho era de 300 mil, dos quais 257 mil eram ocupados (106 mil na informalidade) e 43 mil desocupados. Em relação a maio, o contingente de pessoas na força de trabalho cresceu 1,5% e o de pessoas fora da força caiu 1,4%. Houve redução de 0,4% no total de pessoas ocupadas e aumento de 12,9% no total de desocupados.
Os dados do IBGE nos mostram que, de maio para junho, aumentou levemente o percentual de pessoas fora da força de trabalho que gostariam de trabalhar, apesar de não terem procurado trabalho, mas diminuiu o percentual daqueles que alegaram a pandemia ou falta de trabalho na localidade como principal motivo. Em maio, 36,2% das pessoas que, embora quisessem trabalhar, não o fizeram e alegaram que o principal motivo estava relacionado à pandemia ou à falta de trabalho na localidade. Em junho, esta proporção caiu para 35,3%.
O Auxílio Emergencial ou o Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda, atingiu 136 mil domicílios acreanos, correspondendo a 56,2% do total de domicílios (234 mil) no estado. Em maio, eram 126 mil domicílios, atingindo cerca de 51,8% do total. O valor médio do benefício foi de R$ 919 por domicílio.
Entre os 257 mil trabalhadores do estado, cerca de 67 mil estavam afastados do trabalho e, entre estes, 23 mil estavam sem remuneração, o equivalente a 34,0% dos trabalhadores afastados. Em maio, este percentual chegou a 35,7%, o equivalente a 25 mil pessoas.
O percentual de afastados devido à pandemia caiu de 23,6% para 21,3% dos ocupados, de maio para junho, totalizando 56 mil pessoas. Dentre as grandes regiões brasileiras, o Nordeste apresentou o maior percentual de pessoas afastadas do trabalho devido ao distanciamento social (20,2%), seguido pela região Norte, (17,1%), enquanto o Sul foi a região menos afetada (7,8%). Em todas as grandes regiões, caiu a proporção de pessoas afastadas devido ao distanciamento social.
Em junho, os rendimentos do trabalho tiveram queda. Foi observado que o rendimento efetivo dos trabalhadores (R$ 1.713), ficou 10,1% abaixo do rendimento habitual (R$ 1.906). Em maio, essa relação era de 11,0%.
Observou-se também uma queda na massa de rendimento médio real normalmente recebido com o efetivamente recebido de todos os trabalhos das pessoas ocupadas com rendimento do trabalho. Essa diferença tinha sido de 52 milhões de reais em maio e ficou em 49 milhões de reais em junho. Portanto, somados maio e junho, foram mais de 100 milhões que deixaram de circular na economia acreana.
E o futuro? Como estamos acompanhando, o Brasil está hoje no epicentro da pandemia e, enquanto alguns governos estaduais começaram a facilitar as medidas de contenção, outros tiveram que continuar ou até intensificá-las, devido ao aumento persistente nos casos diários da doença. A indefinição ainda é muito grande. A atividade econômica no mundo está caindo mais do que o esperado há alguns meses, como consequência da crise sanitária. No Acre não é diferente.
Os dados nos mostram que ao somarmos a população fora da força de trabalho que gostaria de trabalhar, mas que não procurou trabalho (153,5 mil), com a população desocupada (43 mil), temos 196,5 mil pessoas pressionando o mercado de trabalho em busca de alguma ocupação ou que estariam se tivessem procurado trabalho. Quando o motivo de não ter procurado estava relacionado à pandemia ou à falta de trabalho na localidade (121,8 mil), o total somado a população desocupada foi de 164,8 mil pessoas.
Sem dúvida, a retomada efetiva da economia depende da redução de casos e óbitos por Covid-19. Enquanto isso, precisamos de mais medidas fiscais, não só para enfrentar a emergência de saúde, mas também para mitigar seus efeitos sociais e econômicos. Enquanto isso, é hora de os governos planejarem investimentos públicos sustentáveis para os próximos meses e anos. Investimentos que se traduzam em saldos positivos para o mercado de trabalho, capaz de gerar um movimento importante e decisivo para a recuperação econômica.
Orlando Sabino escreve às quintas-feiras no ac24horas
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