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Geoglifos do Acre estão sendo aterrados para plantio de soja

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Da redação ac24horas

O paleontólogo Alceu Ranzi denunciou nesta quarta-feira, 5, a destruição de geoglifos no Acre. Segundo ele, imagens de satélites constataram “valas de três estruturas milenares de geoglifos do sítio arqueológico da Fazenda Crixá II, no município de Capixaba (AC), que teriam sido aterradas por tratores para o plantio de soja. O caso veio a tona após o jornalista Altino Machado compartilhar a denuncia em suas redes sociais.


Alceu Ranzi classificou a ação como “crime imperdoável” e cobrou do Iphan e MPF adoção de providências cabíveis. “O patrimônio do Acre deve ser protegido, respeitado e valorizado, pois “é necessário que cada acreano veja e reveja o solo sagrado onde pisa” e tenha “um sentimento de responsabilidade sobre essa riqueza tatuada na pele de nossa terra”.


Alceu Ranzi é paleontólogo e o maior entusiasta de pesquisas, divulgação e preservação dos geoglifos da Amazônia. Ele cita o exemplo da Fazenda Crixá que teria aplainado parte dos geoglifos catalogados como patrimônio histórico.


“A partir de Agosto de 2011, o geoglifo Fazenda Crixá aparece no dispositivo Google Earth e seguem imagens históricas de Agosto 2013… A próxima imagem em setembro de 2019, mostra o complexo geoglifo Fazenda Crixá totalmente aterrado ou aplainado. A razão da destruição desse monumento pré-histórico precisa ser averiguada e o autor identificado e responsabilizado”.


“As terras na região, originalmente ricas em seringueiras e castanheiras, após a derrubada e queima foram utilizadas para pecuária, depois para o plantio de cana de açúcar e agora chegou o tempo da cultura da soja. Os bois poderiam continuar pastando e uma tonelada de cana ou soja, por safra, não justifica a destruição do geoglifo Fazenda Crixá ou de qualquer outro monumento pré-histórico acreano”, avaliou.


O paleontólogo lembra que em abril de 2001, através da Lei de Incentivo à Cultura e ao Desporto da Fundação Elias Mansour do Governo do Estado do Acre, foi aprovado o Projeto “Geoglifos – Patrimônio Cultural do Acre”. À época centenas de registros foram catalogados como “monumentos pré-históricos” do Acre.


“Um desafio a ser trabalhado pelo Poder Público será a gerência desse acervo patrimonial. Vários aspectos precisam ser avaliados e levados em conta, a exemplo do uso da terra onde ocorrem os geoglifos, para que os mesmos não sejam vistos como um impedimento ao desenvolvimento de atividades agrícolas e pecuárias, mas sim como oportunidade de geração de emprego e renda”.


Com informações de Altino Machado


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