O pedido do promotor de justiça Tales Tranin para que o goleiro Bruno Fernandes, contratado pelo Rio Branco, use tornozeleira eletrônica,
já que cumpre pena no regime semiaberto, pode esbarrar em um problema prática caso seja aceito pela justiça.É que as regras do futebol profissional proíbem que um atleta entre em campo com qualquer material que não seja os que estão estabelecidos na lei que regulamenta o esporte em todo mundo.
As regras do futebol são as mesmas em todo o mundo e são estabelecidas pela FIFA por meio de um comité chamado International Football Association Board (IFAB). Em sua regra 4 estão definidos os equipamentos básicos e obrigatórios que devem ser usados por cada jogador: camiseta, calções, caso usem calções térmicos, estes deverão ter a cor principal dos calções do uniforme, meias, caneleiras e calçados. Cada goleiro vestirá cores que o diferenciem dos demais jogadores, do árbitro e dos árbitros assistentes.
A regra é clara em relação a outros materiais. “Não é permitido nenhum tipo de material que possa vir causar prejuízo ao jogador ou ao adversário. O único é saber se foi aberto algum precedente via judicial que permita o uso”, diz Carlos Ronne Casas, árbitro de futebol por quase 20 anos no Acre.
Como Bruno, condenado a mais de 20 anos pelo homicídio triplamente qualificado de Eliza Samúdio e o sequestro e cárcere privado do filho Bruninho, tem autorização para voltar a trabalhar, a tendência é que o pedido de uso da tornozeleira eletrônica não seja aceito pela justiça ou a CBF teria, o que é mais difícil, autorizar o uso do equipamento por parte do atleta.