Quando no início do ano, depois de seguidos protestos de alguns governos, inclusive do Brasil, a OMS – Organização Mundial da Saúde, tutelada pela China, enfim reconheceu que a transmissão do vírus chinês caracterizava uma pandemia, a primeira pergunta foi: E a ciência, o que disse? Obviamente, nada. Não havia o que dizer a não ser que por se tratar um vírus novo de uma família velha – o coronavírus, e que não existiam condições científicas, conforme método firmado, de apontar curas ou vacinas eficientes. A reação tão imediata quanto simples foi “corram pra floresta”, digo, corram pra casa e fiquei lá esperando notícias, e elas vieram – as notícias, espalhando pavor e medo. No início, todas as noites as famílias roíam as unhas diante do jornal nacional, cada espirro era acompanhado de um olhar de culpa.
Alguns setores, dados como essenciais, porém, não puderam ir pra casa. Basicamente transportes, alimentação, saúde e afins permaneceram em atividade. Aí, o primeiro erro. Se o perigo era o contágio, as outras atividades, desde que tivessem baixo nível de exposição ao contágio não tinham porque serem paralisadas. Ao invés de uma hierarquização de atividades pelo nível de contágio possível, como a indicação de encarceramento vinha da OMS e, por isso, trazia o argumento da autoridade com capa de ciência, o vá pra casa virou mantra repetido milhões de vezes o dia inteiro nas televisões, jornais, sites declarações de autoridades.
A não-ciência foi dando ordens, posto que também não havia ciência firmada de que em casa não haveria contágio. Tempos depois, o prefeito de Nova York confessou que 84% dos doentes vinham de isolamento. Em outros lugares, incluindo o Brasil, gente corajosa reconheceu o mesmo e chamam a atenção para o represamento de consultas, tratamentos, transplantes etc.
O próprio deputado-candidato-ministro Mandetta, grudou a bunda na bancada de entrevistas do Ministério da Saúde e diariamente, ao fim da tarde, fazia sua campanha eleitoral, digo, campanha de esclarecimento, perante as televisões, sempre começando com a mentira “de acordo com a ciência, vão pra casa…”. Duas horas mais tarde, os jornais das TV´s o macaqueavam “de acordo com a ciência, todos devem ficar em casa e lavar as mãos com álcool gel ou com sabão”. A ideia era gerar pânico, enclausurar as pessoas como se lá fora a morte, com foice e tudo, estivesse à espreita.
Os meses se passaram e a não-ciência continuou dando as cartas. Assim que percebeu que o Presidente da República não estava dando trela à fraude científica, O STF adotou a versão falaciosa como método e delegou aos governadores e prefeitos a autoridade sanitária, lhes repassando o poder decisório e a responsabilidade. Ao governo federal coube apenas mandar a grana, muita grana, sem exigência de licitação e sem bloqueio, provocando uma espécie de oceano por onde navega a costumeira corrupção. Paralelamente, distribuiu mais grana para os mais pobres que foram pra casa, desempregados, afinal em casa também se come.
Voltemos. E a ciência, o que disse? A rigor, nada, ainda não tem resposta. Não há ainda vacinas, e os remédios utilizados ainda não sofreram confirmações de pesquisas que obedecessem o protocolo máximo de segurança, exigido neste caso para inscreverem-se nas bulas. O ensaio duplo cego randomizado e controlado revisto por pares demora. Continuamos vivendo sob improvisadas de governadores e prefeitos que decidem nossas vidas obedecendo o próprio feeling ou sugestões de última hora. Os fique/saia de casa se revezam sustentados no arbítrio de autoridades que, de uma hora pra outra, passaram a decidir se você pode andar sozinho na praia ou fazer uma festa em sua própria casa, embora no transporte urbano ou nas filas de banco etc., as pessoas se aglomerem sem culpa. A desobediência resulta em multa, prisão e cacete no lombo, tudo amparado pelo STF.
O que estamos vendo não é apenas o sequestro da ciência por políticos que aproveitaram a onda para investir contra a nossa liberdade, mas também, uma espécie de idiotização perante séculos de desenvolvimento científico. Qualquer tolo na TV começa com a frase com “de acordo com a ciência” e pronto, parece que o próprio Deus andou falando com o dito cujo. Como não acreditar no que vem a seguir, ainda que seja uma besteira?
Mas, afinal, o que é ciência? Com muito risco, tentarei ser fácil, apesar de superficial e ligeiro, já que este é mero artigo de opinião e também dispensarei apresentações. Quem quiser se aprofundar no conhecimento epistemológico ou na história da ciência ou do método científico, se vire aos costumes.
Desde Aristóteles (384-322 AC) até Paul Feyerabend (1924-1994) a ciência vem mudando e, com ela, seu próprio conceito. Para o grande filósofo clássico, o conhecimento científico, assentado em alguns princípios, exige uma causa necessária, ou seja A ocorre e só ocorre se B ocorre. B é, portanto, de tal modo causa de A, que A não ocorreria se B não ocorresse. Desde então, desta lógica simples até hoje, inúmeras contribuições foram construindo o que chamamos hoje de ciência e de método científico (que garante a primeira).
Tal rigor pareceu tão absoluto ao ponto de Feyerabend, filósofo austríaco, aluno de Karl Popper e autor de “Contra o Método” em 1975, se rebelar e defender que não há regras metodológicas que obriguem o cientista, e que tais regras servem mais para aprisioná-los, limitando-os, do que para fazer avançar a ciência. Segundo ele, não se trata de não ter método, que devem ser usados, mas de não reprimir a um único método o trabalho do cientista para que seja validado pela comparação entre a teoria e os fatos. Ciência é, sempre foi, mais que o método, creiam.
Medrosamente, os nossos governantes exigem o método, parecem novos Karl Popper’s, de quem, na maioria, nunca ouviram falar. Eles se ancoram, no meio de uma pandemia, na necessidade de que surjam resultados de pesquisas científicas de grau máximo de evidência, para a adoção de métodos de tratamento. Desconhecem, talvez, que de todos os tratamentos e medicações em uso com bula e tudo, apenas 10% possuem grau A de evidência científica, segundo o médico infectologista, Dr. Francisco Cardoso, cuja entrevista (aqui) recomendo vivamente.
Ocorre que, assim como todo o resto, a ciência passa por transformações metodológicas igualmente paradigmáticas. Karl Popper não encerrou o assunto. Dou como exemplo a Teoria do Caos, formulada inicialmente a partir de estudos de um jovem meteorologista americano, Edward Lorentez, em 1955. Sinteticamente, ela se baseia em que uma ocorrência dada como irrelevante pode gerar efeitos extraordinários no mundo em função da própria complexidade deste mundo. É famosa a frase “O bater de asas de uma borboleta na Califórnia pode gerar uma tempestade na Flórida”, o chamado efeito borboleta, como resumo da rede de complexidade que cerca os fatos. Com isto Lorentz pôs à prova a linearidade com que normalmente a ciência trata os eventos que lhe dizem interesse.
O presente caso, excluindo-se, obviamente, as teorias conspiratórias, lembra muito a teoria do caos. Segundo consta, um pequeno problema em um laboratório chinês fez escapar um vírus da conhecida família dos corona, responsável por uma série de gripes comuns, entretanto, este vírus virou o mundo de pernas pro ar e impingiu à humanidade um comportamento homogêneo. Exemplo espantoso da interconexão global.
A propósito, pergunto: Por que em Marechal Thaumaturgo, no Acre, adota-se o mesmo protocolo adotado em Wuhan, na China? Por que é o mesmo vírus? Não trato do vírus, um ser simplíssimo, trato da doença, a pandemia que tem a complexidade do mundo, se é que me entendem.
Dependendo das condições de cada população considerada, seja um país, um estado, um município,uma vila ou uma aldeia, seu clima, sua cultura,seu nível de comunicação entre os moradores e com o exterior, suas condições médias de saúde, seus hábitos alimentares, o trabalho que exercem, tipo e tempo de exposição ao sol, idade média da população, enfim, uma infinidade de aspectos, o vírus age, presume-se, diferentemente, com graus maiores ou menores de respostas do organismo humano, o que exigiria das autoridades sanitárias tratamentos diferenciados.
Infelizmente, como se estivessem tratando da peste espanhola com os mesmos recursos e conhecimento da época, a OMS e os países, obedientemente perante o argumento da autoridade daquela organização, trataram a doença de modo autoritário e horizontal. Gritaram aos quatro cantos do mundo para ficarmos em casa. Se não obedecerem, prendam! multem! soldem as portas! Até quando? Não se sabe.
O que se sabe é que a ordem foi de tal modo rasa que negou e ainda nega os tratamentos e protocolos criados ou recuperados de outras experiências, ainda que sejam autenticadas por milhares de experiências em todo o mundo, complexo como ele é. No Brasil, o STF aceitou docemente as ordens emanadas da OMS transformando-as em pré-requisitos de suas decisões. E por quê? Dizem os as “sumidades” que é porque precisamos aguardar o que dizem os experimentadores do método científico estabelecido. Precisa-se de um padrão, um grau A de evidência que demorará meses, enquanto a população padece.
Quero com tudo isso dizer que, em uma situação de caos como esta em que morrem pessoas ao nosso lado, a maioria enclausurada, a ciência não precisa ser reconhecida por um único método, tão rigoroso quanto aquele que vige em situações de mansa ordem. Se há observação legitimada de resultados favoráveis a partir da adoção de determinados remédios, que eles sejam utilizados à larga em sentido contrário da ordem de ficar em casa.
Além do mais, o demagógico “fique em casa para salvar vidas” se transformou em arma de propaganda oportunista e perversa. Outro olhar permite ler “vamos matar pessoas”, dada a miséria, a desassistência de outras doenças físicas e psíquicas, o baixo acesso a tratamentos e consultas, o agravamento de doenças pré-existentes e a fome que provoca. Nada menos que 12 mil pessoas não infectadas morrem diariamente no mundo em decorrência da crise. Há hoje mais mortes por overdose e por suicídios do que antes da peste. Doenças de origem psíquica, como ansiedade e depressão crescem em número espantosos. Obra de quem brinca de abre e fecha a casa das pessoas.
Admito que, no fundo não lhes cabe dolo, pelo menos, não na maioria. São apenas políticos cautelosos, atemorizados, indecisos, quase em pânico, incapazes de marchar contra a corrente. Pensam “O que diria a Globo se eu aplicasse universalmente doses de Ivermectina de modo preventivo ou se distribuísse um kit HCQ-AZT-IVT para ser ministrado imediatamente após os primeiros sintomas?”. Já que nenhuma revista científica endossa tal procedimento, ele seria chamado em rede nacional de anticientífico, de genocida, de negacionista, ou “pior”, de bolsonarista. Não adianta que milhares de médicos, aqui e no exterior, observem em seus próprios pacientes resultados esplêndidos deste protocolo simples e barato.
A pretexto, o filho de Donald Trump foi nesta terça feira suspenso do Twitter e do Instagram por postar um vídeo de uma médica que divulgava haver curado 350 pacientes, com zero de internação e zero mortes, utilizando HCQ. O mesmo ocorreu com a superstar Madonna. Vê-se que as plataformas mundiais de comunicação social estão numa fase em que, se não for comprovado pelo método científico de tais e quais revistas, vira fake news, não pode ser sequer mencionado, ainda que seja autenticamente sustentada pela titular da experiência.
No Brasil, é praticamente igual. Como Narciso, as plataformas de mídia acham feio o que não é espelho (royalties para Caetano Veloso). As TV’s estão firmes em suas bolhas geradoras de pânico. Interditaram o debate a tal ponto que um apresentador do calibre de Ernesto Lacombe foi sumariamente demitido de seu programa de debates. A eminente Drª Nise Yamaguchi foi demitida do hospital onde trabalhou por décadas por defender publicamente a HCQ no tratamento precoce da doença. O obscurantismo parece ser regra.
Ainda assim, dezenas de grupos de 100, 200, 300 médicos mandaram o protocolo científico draconiano às favas e publicam em suas redes resultados extraordinários. Um deles, com médicos insuspeitos, incluindo a Dr.a Yamaguchi, já citada, esclarece porque não se pode esperar a evidência status A. Tem gente morrendo, ora. Outros médicos, como a Dr.a Lucy Kerr expõem também o êxito da Ivermectina, o próprio presidente da república se tratou com HCQ, nós mesmo conhecemos dezenas de casos e, mesmo assim, políticos com um olho aberto para William Bonner e o outro piscando para o “politicamente correto” recusam a ousadia do certo.
Do lado da sociedade, os idiotas úteis nas ruas ou no Congresso Nacional transformaram a “ciência”, que nem imaginam o que seja, em escudo contra seus adversários políticos. Partidarizaram o comprimido! O STF, que antes delegou aos estados e municípios a gestão da peste chinesa, faz o servicinho sujo e se alia à propaganda golpista da esquerda censurando opositores, a mídia insiste em fomentar a ignorância e o pânico. Enquanto isso, nas covas, cresce o número de mortos que não precisavam lá estar. É o Brasil que temos.
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