Não entendo nada de futebol, mas acredito que uma coisa que goleiro aprende muito rápido é que para passar de herói a vilão basta um passo em falso. O sujeito pega sei lá quantos pênaltis e a torcida óóóóóóóh!. Num momento de bobeira leva um frango e uuuuuuuu!
Outra coisa que sei do futebol é que ele tem o poder de transformar meninos comuns em grandes ídolos para crianças e marmanjos.
Transforma a vida de alguns meninos simples, da periferia, com o sucesso, o dinheiro e todas as coisas boas e ruins que trazem junto. Alguns aprendem a lidar bem com isso. Outros tropeçam nas armadilhas, que não devem ser poucas, do deslumbramento, novos amigos e facilidades que um pouco de dinheiro a mais proporcionam.
Imagino que Bruno foi um desses garotos que se perdeu com a fama. A história dele todo mundo conhece. Foi noticiada fartamente e acompanhado com estupor todo o processo de investigação e julgamento que o levou a cadeia por um crime bárbaro e hediondo há 10 anos.
Mais recentemente, a pena que cumpria em regime fechado progrediu e agora ele pode trabalhar, mas tem que passar as noites em casa. E o que ele ainda sabe fazer é jogar futebol, na posição de goleiro.
Podemos contestar nossa Justiça Criminal com suas penas ora exageradas, ora brandas demais, ou o sistema penitenciário que não
ressocializa, que mais serve para fortalecer as facções criminosas. Mas as regras para a progressão da pena que Bruno cumpre parece que não foram quebradas.
Agora, surge a notícia de que o Rio Branco Futebol Clube está contratando o jogador para compor sua equipe. Seria essa uma escolha sensata? A reação que tenho acompanhado, ao menos nas redes sociais, foi péssima para a imagem do clube e também de seus principais patrocinadores.
“É escárnio. O futebol não é só uma profissão. É um espetáculo que envolve ídolos. Não precisamos desse”.
“Um time acreano contratou o goleiro Bruno para ser uma das estrelas do elenco. É lamentável que um feminicida ocupe o papel de ídolo de uma geração. Bruno deve ser ressocializado longe dos holofotes. Não é exemplo, especialmente, para jovens num dos estados que mais mata mulheres”.
O caso Bruno (ou Eliza Samudio) deve sim servir como exemplo para que os meninos e meninas que sonham e investem suas vidas em busca da fama não cometam os mesmos erros. Mas ao Bruno real não cabe mais o mundo dos “holofotes”. Sempre que aparecer um pouco mais ele terá que lidar com a lembrança e o estupor das pessoas pela gravidade do crime pelo qual foi condenado. Uma pena extra, não contemplada pela burocracia judicial.
Qualquer time que o contrate, e o Rio Branco não foi o primeiro, será duramente criticado, ainda que não esteja fazendo nada ilegal e tendo a melhor das intenções de se tornar competitivo nos campeonatos. Também, seus patrocinadores correm o risco de terem os produtos e serviços boicotados pelo contágio da imagem negativa.
O ostracismo ainda é a melhor solução para os Brunos.
Roberto Feres escreve às terças-feiras no ac24horas.
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