A cidade de Mâncio Lima comemora os bons resultados da secretaria de saúde no combate da malária – doença infecciosa transmitida por mosquitos e causada pelo parasita Plasmodium. Em 13 anos, o município conseguiu reduzir drasticamente o número de moradores acometidos pela doença. Em 2007, mais da metade da população foi infectada pela malária. Em 2017, uma média de 800 pessoas foi contaminada mensalmente, já em 2020 esse número caiu para menos de 200 casos, configurando o menor número em quase 15 anos.
Proporcionalmente, Mâncio Lima foi campeão de malária no Brasil no ano de 2007. Entre os casos, houve uma proporção de ocorrência relativamente alta na zona urbana. Este ano, há um percentual de ao menos 600 pessoas estão deixando de adoecer por conta da malária durante o ano. “Isso só está sendo possível graças ao comprometimento da gestão para redução desses números e melhoria da qualidade de vida da população. Novos agentes foram contratados, a frota de veículos foi ampliada, mosquiteiros foram instalados, casas foram borrifadas, educação em saúde foi melhorada”, explica o Gerente de Endemias da cidade, Francisco Melo.
Segundo Melo, hoje há diagnóstico e tratamento garantido por parte da prefeitura aos moradores. “Tudo isso nos deixa feliz porque, imagina se tivesse havido aumento dos casos neste período em que estamos voltados ao combate da pandemia do novo coronavírus?”, questiona.
Para o prefeito de Mâncio Lima, Isaac Lima, a limpeza intensa da cidade, como os mutirões nos bairros, tem contribuído para a redução dos casos, tanto de malária como de dengue. Para o gestor, sem os investimentos da gestão e sem o apoio da população o município estaria vivendo um pico alto da doença. “Desde que assumimos nossa meta tem sido garantir uma qualidade de vida melhor para nossa população. E qualidade de vida começa com ações de saúde como as de combate de malária, dengue e outras doenças típicas dessa região”, garante.
O gestor ressalta que tem realizado constantemente os mutirões de limpeza em todos os bairros. “Os agentes de endemias têm intensificado as visitas domiciliares a fim de identificar e eliminar os focos de reprodução do mosquito. Fico feliz em estarmos comemorando bons resultados frente a esse momento difícil que estamos vivendo”, destaca Isaac.
Foi o cenário de 2007 que levou pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade de São Paulo (USP) a desenvolverem um projeto na cidade. O objetivo era entender a ocorrência da malária na região e fornecer instrumentos para combater a doença. Os pesquisadores desenvolveram ainda modelos matemáticos de transmissão de malária, em colaboração com o grupo da Escola de Medicina Tropical de Liverpool, na Inglaterra. A ideia era predizer qual o impacto esperado de diferentes medidas de controle em uma comunidade como Mâncio Lima.
“A malária é uma doença endêmica da região amazônica e com a continuidade dos trabalhos poderemos ter a eliminação desta doença. Sem ações pontuais, sem os estudos que foram realizados, o apoio do Ministério da Saúde e da equipe Estadual de Saúde, sem o empenho e dedicação da nossa equipe nós poderíamos estar vivendo uma realidade bem pior, mas, se descuidarmos, a malária pode voltar”, salienta o secretário municipal de Saúde, Ajucilene Gonçalves Mota.
De acordo com a Saúde de Mâncio Lima, com a redução dos casos de dengue e malária, a qualidade de vida das pessoas melhorou e também houve menos prejuízos socioeconômicos. “Pois menos trabalhadores adoeceram, menos pessoas estão sendo internadas correndo risco de pegarem outras doenças. Assim, se tivéssemos tendo alta incidência da malária como em anos anteriores, nesse período de pandemia da Covido-19, Mâncio estaria vivendo um verdadeiro estado de calamidade em saúde pública”, ressalta Mota.
As medidas de proteção individual são as formas mais efetivas de prevenção, considerando-se que ainda não existe uma vacina disponível contra a malária. Essas medidas têm como objetivo principal impedir ou reduzir a possibilidade do contato homem-mosquito transmissor. Em áreas de transmissão é considerado comportamento de risco frequentar locais próximos a criadouros naturais de mosquitos, como beira de rio, açudes ou áreas alagadas no final da tarde até o amanhecer, pois nesses horários há um maior número de mosquitos transmissores de malária circulando.
É importante também diminuir ao mínimo possível a extensão das áreas descobertas do corpo com o uso de calças e camisas de mangas compridas. Além disso, as partes descobertas do corpo devem estar sempre protegidas por repelentes que também devem ser aplicados sobre as roupas. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), todo ano, cerca de 430 mil pessoas morrem por causa da malária. Entre elas, 70% são crianças com menos de cinco anos de idade.
A transmissão natural da doença se dá pela picada de mosquitos do gênero Anopheles infectados com o Plasmodium, dos quais há quatro espécies principais: Plasmodium falciparum, Plasmodium malariae, Plasmodium vivax e Plasmodium ovale. Estes mosquitos também são conhecidos por anofelinos, dentre outros nomes.
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