O atual delegado geral da Polícia Civil, Henrique Maciel, foi alvo de denúncia na Promotoria de Justiça Especializada de Defesa do Patrimônio, do Ministério Público do Acre (MPAC), no dia 25 de fevereiro, pela prática de “rachadinha”, que consiste no repasse por parte de um servidor público ou prestador de serviços da administração, de parte de sua remuneração ou lucro. Nesse caso, o suposto beneficiado seria o delegado Henrique Maciel.Segundo denúncia protocolada no MP, o delegado é acusado de se apropriar de parte dos salário de servidores. Mais cedo, Henrique classificou o caso para um grupo de jornalistas como “absurdo” e sem fundamento.
Ao ac24horas, o delegado geral Henrique Maciel classificou a denúncia como “inverídica e absurda”. Ele alega que tomou conhecimento da investigação pelo Ministério Público Estadual (MPE) pelo site oacreagora.com imprensa nesta segunda-feira, 20.
“Trata-se de uma denúncia “inverídica, absurda”, cuja investigação pelo MPE tomei conhecimento pela imprensa na data de hoje. Tenho uma vida pública de mais de 25 anos limpa e honrada, somente na Polícia Civil. Vou tomar todas as medidas judiciais cabíveis para defender a minha honra”, afirmou.
A promotora que recebeu a denúncia foi Myrna Teixeira de Mendoza, do MPAC. Segundo consta, pelo menos dois servidores dividiam os salários com o delegado. Seriam eles: Odion de Oliveira Monte e José Raimundo Sampaio de Melo apontados como participantes do esquema de ‘rachadinha’.
A dupla teria sido lotada na Delegacia Geral logo depois da nomeação de Henrique Maciel com o único objetivo de “dividir” os proventos com o delegado. Segundo a denúncia, o dinheiro era depositado na conta da esposa de Henrique Maciel.
No mesmo documento consta que uma delegada, que trabalhava como assessora de Henrique Maciel, ao saber da prática pediu a saída da assessoria. Em nota, o Ministério Público do Acre afirmou que a investigação está em curso e os fatos estão sendo apurados.
O delegado Alcino Ferreira Júnior, titular da Delegacia Especializada no Combate à Corrupção (Deccor), afirmou ao ac24horas que casos envolvendo policiais da ativa não podem ser apurados por delegacias especializadas. “Casos envolvendo policiais da ativa, não podem ser apuradas por delegacias mesmo sendo especializadas. Vamos supor que um caso desse eventualmente tivesse chegado ao nosso conhecimento, ele teria que ser passado diretamente para corregedoria geral de polícia. Em razão das questões legais que envolve. Nós não poderíamos tocar ou fazer essa investigação. Teríamos que passar imediatamente para a corregedoria por força da lei orgânica e da legislação específica sobre o caso. A delegacia de combate à corrupção jamais ficaria inerte a qualquer crime que chegasse. Então, se supostamente tivesse chegado a gente, a gente teria passado para a corregedoria, porque não podemos investigar”, explicou.