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Casos recentes de raiva humana no Brasil chamam a atenção para medidas de prevenção

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No último mês, o Ministério da Saúde confirmou dois casos graves de infecção pelo vírus da raiva no Brasil. Um em Catolé do Rocha, na Paraíba, de uma senhora de 68 anos que segundo o relatório mais recente se encontra em internada em estado grave, sob sedação, e outro em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, onde um menino de 13 anos morreu após ser mordido por um morcego hematófago, ou seja, que se alimenta de sangue.


O óbito foi o primeiro desde 2006 no Rio de Janeiro, quando um caso foi registrado em São José do Vale do Rio Preto. Uma morte pela doença não acontecia na capital desde 1986. O caso levou a secretaria de saúde do rio a disparar um alerta para os municípios, orientando medidas de prevenção. A raiva humana é uma doença que preocupa por conta da alta letalidade: quase todos os casos de infecção em humanos acabam em morte.

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No Acre, os casos mais recentes de raiva em seres humanos de que se tem notícia ocorreram nos municípios de Assis Brasil, em 2000, e Xapuri, em 2004. Controlada no ambiente urbano por meio de campanhas de vacinação em massa de cães e gatos, a patologia tem feito registros na zona rural, afetando algumas espécies de mamíferos, entre os quais bovinos e equinos.


No início de 2019, o IDAF – Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre – constatou a ocorrência de um caso de raiva bovina transmitida por mordida de morcegos na colocação Samaúma, uma comunidade do seringal São Francisco do Espalha, localizado entre os municípios de Xapuri e Rio Branco, a possibilidade de um surto que foi controlada com ações de Saúde Única, uma estratégia do governo para a prevenção de zoonoses.


No local, foram realizadas palestras educativas sobre zoonoses, principalmente a raiva, mas também outras doenças que podem ser transmitidas dos animais para os humanos, como a hidatidose, uma patologia parasitária crônica, causada pela fase de larva de um parasita chamado Echinococcus. A Vigilância Sanitária vacinou na localidade cerca de 40 cães e gatos contra a raiva. O rebanho bovino, que já havia sido vacinado, recebeu mais uma dose da imunização.


A Vigilância Epidemiológica conversou com os moradores sobre o risco da raiva em humanos e orientou sobre os procedimentos a serem tomados no caso de agressão de morcegos contra pessoas. A médica veterinária Ane Gabrielle, chefe da unidade do Idaf em Xapuri diz que as ações de Saúde Única seguem ocorrendo no município.


“São medidas que envolvem a captura de morcegos e a intervenção dos setores de vigilância sanitária e epidemiológica para agir na vacinação de cães e gatos, além do trabalho de investigação com relação aos humanos”.


No caso de agressões de morcego contra animais, Ane Gabrielle explica que o Idaf deve ser comunicado.


“Quando houver o registro de ataques contra pessoas, a saúde pública deve ser procurada para que as medidas preventivas de costume sejam tomadas”.


Saúde Única é um conceito sugerido pela Organização Mundial de Saúde (OMS), Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) com o fim de demonstrar a indissociabilidade da saúde humana, animal e ambiental.


Vírus mortal

O vírus da raiva ataca o sistema nervoso central, causando inflamação grave no cérebro e pode ser transmitido por mordida, arranhão ou lambida de mamíferos contaminados, como morcegos e cachorros, que ficam agressivos quando infectados. Em caso de ser mordido por um animal, a orientação médica é limpar a ferida imediatamente e procurar uma emergência, onde o paciente recebe anticorpos contra o vírus.


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