A chance de o vice-governador do Acre Major Rocha se filiar ao Partido Social Liberal (PSL) é de pelo menos 90% no momento, uma vez que ele ainda terá uma semana para conversar, tanto com aliados do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), quanto do já provável novo partido. Durante coletiva de imprensa realizada no escritório político de Rocha na tarde desta quarta-feira, 24, ele garantiu que a filiação tem tudo para acontecer até a próxima quarta-feira, dia 1° de julho.
Para ele, o único foco no momento é nas eleições municipais de 2020. Ele destacou que a admiração pelo PSL não é de agora. “Já temos um namoro com o PSL há muitos anos, antes mesmo da última eleição”, disse. Segundo ele, o casamento só não aconteceu por algumas questões externas, como o partido ter estratégia de apresentar candidatos em todos os estados. Após conversa com o presidente nacional do partido, Luciano Bivar, Rocha garante ter ouvido novamente o convite.
“Luciano fez novamente o convite para que nós fossemos ao PSL e ficamos de dar uma resposta. Nessa terça-feira chamamos a executiva regional para uma conversa para falar que tínhamos interesse de migrar ao PSL”, afirma. Para que esse desejo seja concretizado, o vice-governador ainda pretende ouvir mais o PSDB até bater o martelo na decisão.
“Vou ter contato com a executiva nacional do PSL. É um partido que tenho simpatia e diversos amigos, mas também tenho que conversa com os amigos do PSDB, onde fiquei por mais de 12 anos. Devo satisfação a eles”, explicou Rocha.
Em caso de decisão pelo PSL, a filiação deve ser imediata. “Se for acontecer, a ideia é fazer isso o mais breve possível”. Ele ressalta que a conversa que teve com o presidente do partido preterido foi muito franca. “A intenção não é espatifar o partido, mas juntar. Muitos que me acompanham no PSDB vão migrar para essa nova sigla. A ideia é juntar o grupo. Mas aqueles que não quiserem, paciência”.
A ideia de Rocha é fazer com que o PSL cresça no estado. “É um espaço importante que podemos construir futuras lideranças para disputar as próximas eleições”.
Em caso de migração, os municípios que já tiverem com seus candidatos definidos poderão seguir o jogo, diferente de Rio Branco, que provavelmente pode não ter mais o empresário Fernando Zamora como candidato pelo PSL à prefeitura.
“Vamos ter racionalidade em Rio Branco. Não podemos brincar de fazer política. Rio Branco é um caso à parte. É quase impossível a eleição de Zamora, que tem hoje 0,9% de votos nas pesquisas, mas ainda assim é importante ouvir o partido”, esclarece, dizendo que não há impedimento para que Zamora seja um vice na chapa com o Minoru Kinpara.
IDEIA É ANTIGA — Em janeiro de 2018, pessoas próximas ao Major Rocha incentivaram ele a deixar o PSDB para concorrer ao senado pelo PSL, que tinha, à época, o deputado Jair Bolsonaro como estrela maior. A tática era colocar o nome do major da reserva da Polícia Militar do Acre ao lado de Bolsonaro, que tinha perfis parecidos. Além do mais, Rocha se livraria da disputa pelo partido com Márcio Bittar. Mas quando Bittar migrou para o MDB e anunciou a candidatura ao senado, o major recuou e se articulou para ser o vice de Gladson.