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Samu explica porque não atendeu a chamado de grávida em Brasiléia

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O ac24horas divulgou em primeira mão, neste domingo, 21, um vídeo que mostra policiais militares do 5º Batalhão do Alto Acre socorrendo um bebê momentos após o nascimento, que ocorreu em casa, depois de, segundo a mãe, não ter tido o chamado por uma ambulância atendido quando entrou em trabalho de parto.


O caso aconteceu no bairro Leonardo Barbosa, em Brasiléia, onde uma guarnição da PM foi acionada, quando passava nas proximidades da residência onde a criança nasceu. Segundo a major Ana Cássia, comandante do batalhão, o bebê já havia nascido quando os policiais chegaram.

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Na guarnição estava um policial militar que é acadêmico de medicina, segundo as informações que a reportagem apurou. É ele quem aparece no vídeo fazendo os procedimentos para cortar o cordão umbilical. Mãe e filho, que são indígenas da etnia Jaminawa, foram levados para o hospital de Brasiléia e passam bem.


Informado do ocorrido pela reportagem, o diretor estadual do Samu, o médico Pedro Pascoal afirmou que a única razão pela qual o chamado da grávida poderia não ter sido atendido seria a ausência da única ambulância disponível no município, que havia se deslocado para Rio Branco, na mesma manhã, com um paciente em estado grave.


A hipótese levantada pelo médico foi confirmada pela técnica do Samu em Brasiléia, Luzinete dos Santos, que telefonou para o ac24horas e disse que o chamado não foi recebido porque não havia ninguém na base do serviço no município, pois a equipe havia se deslocado para a capital por volta das 8h30 da manhã, segundo a informação adiantada pelo diretor.


Luzinete explicou que nos fins de semana são os próprios socorristas que atendem os telefonemas. Nos dias úteis, as chamadas para o 192 são atendidas por funcionários do hospital. Quando conversava com a reportagem, por volta das 19 horas deste domingo, a técnica e sua equipe haviam acabado de chegar de Rio Branco e já estavam de saída novamente, com outro paciente.


Nos últimos dias, as duas cidades da fronteira com a Bolívia, Brasiléia e Epitaciolândia, estão sendo atendidas por apenas uma ambulância do Samu. A do primeiro município passa por manutenção. O diretor Pedro Pascoal adiantou que até o fim deste mês de junho, anunciará novidades sobre o melhoramento do Serviço Móvel de Urgência na regional do Alto Acre.


A polêmica do transporte intermunicipal de pacientes

Em entrevista concedida à rádio Aldeia FM de Xapuri no dia 30 de janeiro deste ano, o médico Pedro Pascoal afirmou que as unidades do Samu não deveriam fazer o transporte intermunicipal de pacientes. Ele classificou essa situação como um desvio de finalidade que ocasiona dois problemas sérios: o desgaste precoce dos veículos e o desguarnecimento da cidade pela cobertura de uma unidade de atendimento.


Pedro Pascoal disse também que em 2019 foram feitas 245 transferências de pacientes de Xapuri para Rio Branco. De Brasiléia foram 495 translados de pacientes para o Pronto Socorro da capital. Ele explicou que esses deslocamentos das unidades do Samu poderiam ser evitados se as prefeituras assumirem a sua função e adquirissem as ambulâncias de transporte do tipo A para fazer a transferência de pacientes.


O diretor estadual do Samu asseverou que o Ministério da Saúde orienta, por meio da Portaria 2.214, os municípios a fazerem essas aquisições, restando apenas a boa vontade dos gestores municipais para fazê-lo. À época, o secretário municipal de saúde de Xapuri, Wagner Menezes, se contrapôs a afirmação do médico.


“Pacientes que estão hospitalizados e precisam de transferência para a capital são de responsabilidade do estado. Não é responsabilidade nossa lidar com pacientes de média e alta complexidade, uma vez que se trata, nesses casos, de pessoas que estão em estado grave, inclusive com risco de morte”, disse.


Em Nota Técnica, o Ministério da Saúde diz que que a aquisição dos veículos de que trata a portaria citada pelo médico se destinam, conforme definição apresentada pela própria normativa, para o transporte de pacientes que não apresentem risco de vida.

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