Mais de 99% dos casos de desmatamento na Amazônia têm “fortes indícios de ilegalidade”. A conclusão é do engenheiro florestal Tasso Azevedo, coordenador geral do projeto MapBiomas. Ele participou nesta quarta-feira (17) de uma reunião remota promovida pela Frente Parlamentar Ambientalista.
O MapBiomas lançou em maio o primeiro Relatório Anual do Desmatamento no Brasil. De acordo com o documento, o Brasil perdeu mais de 1,2 milhão de hectares de vegetação nativa em 2019.
“A gente detectou e validou 56.867 eventos de desmatamento no ano passado. Ao cruzar esses casos com as áreas em que há restrição de uso — como unidades de conservação, terras indígenas, áreas de proteção permanente, reservas legais e nascentes — e áreas que tinham algum tipo de autorização para o desmatamento, a conclusão é que mais de 99% de todos os alertas detectados em 2019 ou não tinham autorização ou estavam sobre áreas protegidas que não poderiam ser desmatadas. Portanto, 99% dos desmatamentos têm forte indícios de ilegalidade, o que torna o desmatamento essencialmente uma atividade ilegal no Brasil”, disse.
O MapBiomas é mantido por ONGs, universidades e empresas de tecnologia. A plataforma cruza imagens de satélite com bancos de dados oficiais sobre a finalidade e a propriedade das terras, como o Cadastro Ambiental Rural (CAR). Segundo Azevedo, os laudos gerados pela plataforma podem identificar os responsáveis por pelo menos 75% dos casos de desmatamento no país.
Fonte: Agência Senado